Em Manaus, nível do Rio Negro deixa patamar de inundação severa, diz CPRM


31 de julho de 2021
Em Manaus, nível do Rio Negro deixa patamar de inundação severa, diz CPRM
Negro ainda se encontra acima da chamada cota de inundação (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

Bruno Pacheco – Da Cenarium

MANAUS – O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) anunciou, nesta sexta-feira, 30, que o nível do Rio Negro, em Manaus, deixou o patamar de inundação severa ao baixar para 28,96m, hoje. A capital, no entanto, continua em situação de emergência por conta do decreto nº 5.078/2021, que termina na próxima terça-feira, 3 de agosto.

Segundo o CPRM, desde quando atingiu a cota de 29m, em 30 de abril, até ontem, 29, o Rio Negro permaneceu um total de 90 dias em estágio de inundação severa, o que também é considerado um recorde. Em outros municípios do Amazonas que sofreram com a cheia, o mesmo aconteceu, de acordo com o Boletim de Monitoramento Hidrometeorológico da Amazônia Ocidental, publicado nesta sexta-feira.

A maior cheia do Rio Negro era a de 2012, quando o nível da água chegou à marca de 29,97 m. Em 1º de junho deste ano, cumprindo a previsão do CPRM, o Rio Negro atingiu 29,98 m, até então considerado o maior nível desde 1902, quando a cota da água começou a ser registrada. Três dias depois, o rio apresentou um novo aumento e chegou aos 29,99 m.

Em 5 de junho, o rio chegou a 30 m e se manteve estável por oito dias, até subir mais três centímetros e chegar a 30,02 m em 16 de junho deste ano, alcançando a maior cota da história. Depois de atingir a marca, o rio começou o processo de vazante. Para o CPRM, apesar do fato do rio ter deixado a cota de inundação severa representa um alívio para a situação do município, o rio Negro ainda se encontra acima da chamada cota de inundação.

“A cota de inundação é estabelecida quando pelo menos um ponto do município está sofrendo inundação. Já a cota de inundação severa é caracterizada quando a inundação representa um problema significativo para o município como um todo. Para Manaus, a cota de inundação é de 27,50 m, o que indica que o rio precisa baixar ainda aproximadamente 1,50 m para que nenhum ponto de inundação seja observado na cidade”, explicou a pesquisadora Luna Gripp.

Interior

De acordo com o CPRM, o Rio Solimões, em Manacapuru, interior do Amazonas, marca, hoje, 19,77 m e ainda se encontra na cota de inundação severa. Apesar disso, o rio já apresenta processo de vazante. O município também registrou, em 2021, a maior cota observada até então.

Em Itacoatiara (a 270 quilômetros de Manaus), o nível do Rio Amazonas chegou ao maior nível já registrado para a cidade em 31 de maio deste ano, quando a cota chegou a 15,21 m. Até esta sexta-feira, o rio vem num processo de vazante e registra 14,08 m, não se encontrando mais em inundação severa. Para o município, segundo o CPRM, a cota de inundação é de 14 m, que deve ser atingida nos próximos dias, indicando o fim do processo de inundação na cidade.

Segundo pesquisadores do CPRM, em 75% dos anos da série histórica, a cota máxima ocorre no mês de junho e em 19% no mês julho. A partir daí, o Rio Negro tende a iniciar seu processo de vazante até que atinja a cota mínima. De acordo com o instituto, o fim da vazante, no entanto, não apresenta um período preferencial, podendo ocorrer entre outubro e janeiro do próximo ano.

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