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Em Salvador, escultura em homenagem à ialorixá Mãe Stella de Oxóssi é incendiada
A peça de autoria do artista plástico Tatti Moreno (1944-2022) homenageia a ialorixá que morreu em dezembro de 2018 (Fundação Gregório de Mattos/Divulgação)
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04 de dezembro de 2022
Da Revista Cenarium*
SALVADOR – A escultura em homenagem à ialorixá Mãe Stella de Oxóssi, que liderou o terreiro Ilê Axé Opô Afonjá e foi uma das mais importantes líderes religiosas do candomblé, foi incendiada na madrugada deste domingo, 4, em Salvador.
A peça de autoria do artista plástico Tatti Moreno (1944-2022) homenageia a ialorixá que morreu em dezembro de 2018. Com 8,5 metros de altura, o conjunto traz a estátua de Mãe Stella, em tamanho real, sentada em um trono e à frente da figura do orixá Oxóssi.
Inaugurada em abril de 2019, a estátua fica na entrada do bairro de Stella Maris, nas proximidades do aeroporto de Salvador, em uma avenida batizada com o nome da líder religiosa.
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Em nota, a prefeitura de Salvador disse que registrou queixa na delegacia de Itapuã e acompanhará as investigações do caso, pelas autoridades policiais, e lamentou o atentado ao patrimônio público. A estátua danificada será retirada do local para ser recuperada.
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), associou o episódio à intolerância religiosa. “Lamentável o incêndio criminoso na estátua de Mãe Stella de Oxóssi, ocorrido nesta madrugada. Não é a primeira vez que esse símbolo passa por uma situação de vandalismo atrelado à intolerância religiosa”.
A Polícia Civil da Bahia ainda não se manifestou a respeito do caso e quais seriam as linhas de investigação.
Este não é o primeiro caso de vandalismo à escultura de Mãe Stella de Oxóssi. Em setembro de 2019, cinco meses depois de inaugurada, a peça teve a sua base pichada.
Mãe Stella de Oxóssi dedicou 80 anos da vida ao candomblé e comandou, durante 42 anos, o terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, em Salvador.
Enfermeira de formação, também era escritora e tornou-se membro da Academia de Letras da Bahia em 2013. Tem seis livros publicados e tornou-se uma referência nas lutas contra a intolerância religiosa e contra o racismo.
Fundado em 1910, pela ialorixá Mãe Aninha, o Ilê Axé Opô Afonjá é um dos terreiros de candomblé mais tradicionais da Bahia.
Foi frequentado por baianos ilustres como Jorge Amado e Dorival Caymmi, além do artista plástico argentino Carybé e do fotógrafo francês Pierre Verger, radicados na Bahia.
Mãe Stella é a quinta ialorixá do Ilê Axé Opô Afonjá. Assumiu o posto em 1976, como sucessora de Mãe Ondina, e tornou-se uma das principais líderes religiosas da Bahia.
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