Em visita a venezuelanos, Bolsonaro filma crianças e culpa ‘a esquerda’

O presidente ouviu pedidos de ajuda de venezuelanos sobre documentos e emprego (Reprodução/Facebook)

Com informações do InfoGlobo

BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro aproveitou uma visita a um centro de acolhida de venezuelanos, em Roraima, nesta terça-feira, 26, para reciclar o discurso de medo de que o Brasil poderá chegar a uma crise econômica similar ao do país vizinho em caso de vitória da esquerda nas eleições. Durante cerca de 30 minutos, transmitidos em suas redes sociais, Bolsonaro filmou famílias e crianças venezuelanas que, na maioria das vezes, pediam ajuda ao presidente com o processo de permanência no País.

O presidente, entretanto, na maior parte do tempo, fez discursos com teor político, culpando o PT e governos anteriores. Em diversos momentos, o presidente disse que o brasileiro não poderia deixar que o que aconteceu na Venezuela se repetisse no Brasil e que deveria aprender com o erro do país vizinho. Em outro momento, Bolsonaro citou a possibilidade de que a situação de calamidade se repita no sul do País, em referência à crise da Argentina.

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“A gente tem que procurar aprender com o erro dos outros. Vocês estão vendo o que está acontecendo. A gente não quer que nossos filhos fujam do nosso País. Não tem o que comer na Venezuela”, afirmou.

Segundo Bolsonaro, em uma crítica ao socialismo e a governos anteriores, ele não estava fazendo campanha, mas, “mostrando a realidade”.

“O que a gente quer mostrar aqui: a gente não quer isso para o nosso País. Muitos têm um foco apenas numa área, mas nós temos que ver que o bem maior nosso é a nossa liberdade. As escolhas erradas levam a isso. Quem tem um pouquinho de mais idade e acompanha, você vê como o presidente brasileiro do passado ia na Venezuela fazer campanha para o Chavez e pro Maduro”, disse.

Durante a transmissão, Bolsonaro pediu que um de seus auxiliares filmasse um bebê venezuelano que estava deitado em um dos quartos reservados aos imigrantes, em Roraima, onde funciona a Operação Acolhida. A mãe da criança tinha 16 anos e disse que tinha deixado a Venezuela por falta de comida e que ainda não possuía os documentos necessários no Brasil.

Em um dos quartos visitados, um venezuelano pediu que Bolsonaro o ajudasse com algum emprego. O presidente respondeu que o trabalho de adaptação está sendo feito.

“Através do socialismo, Foro de São Paulo, governos de esquerda, no passado, que ajudaram a chegar lá. Isso que está na Venezuela, que nós nos preocupamos que não aconteça no Brasil” disse Bolsonaro, que completou: “Mas eles vêm para cá atrás de comida. A média que perderam de peso é 10 kg. Aqui no Brasil, conseguem. Aqui tem comida todo dia?”.

O imigrante, entretanto, responde que o governo fornece comida no centro de acolhida, mas que ele busca trabalho para que possa ajudar seus familiares que permaneceram na Venezuela.

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