Empreendedorismo feminino: mulheres à frente de negócios e a transformação de vidas

Ely Reis (à direita) durante campanha de cosmético (Arquivo Pessoal)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS — O empreendedorismo feminino desempenha um papel importante para reduzir as diferenças entre as oportunidades de crescimento na carreira para homens e mulheres, e tem se tornado, cada vez mais, um meio para mulheres ajudarem outras mulheres. Exemplo disso são histórias como de Rosely Albuquerque Bacela e Ely Reis, que empreendem juntas há dez anos e transformaram um salão de beleza em referência para pessoas cacheadas e crespas em Manaus.

Enquanto Ely está à frente do “Ely Reis Saloon” no atendimento a clientes e treinamentos como cabeleireira especialista em cachos — certificada pela L’Oréal Brasil como master em Educação de Cachos e Crespas do Brasil e também Master em Curl Manifesto pela Kérastase —, Rosely é a responsável pelo bom andamento dos “bastidores”, como CEO de Marketing e Administração. Apesar do salão funcionar há apenas dois anos, a parceria já dá certo há mais de dez anos.

À CENARIUM, Rosely lembrou como a história das duas iniciou e como foi a trajetória para comandarem hoje o “Ely Reis Saloon”, conhecido como o “Salão das Cacheadas”, localizado no bairro Dom Pedro. Ela também destacou que o trabalho e conhecimento empregado no salão “transbordou” e hoje é de extrema importância para as duas ajudarem outras mulheres a empreender também.

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Ely Reis (em pé, de preto) durante evento da Kérastase. (Arquivo Pessoal)

“Nós estamos juntas há 14 anos e hoje temos nosso próprio salão especializado em cabelos cacheados, onde a gente transforma a vida das pessoas que são cacheadas. Damos um ambiente especializado para aquelas clientes que querem se tornar cacheadas, que fazem a transição capilar. Temos também o serviço kids, onde a gente trabalha muito para ajudar as crianças a gostarem dos cachos. Também estamos fazendo a concretização dos cabelos cacheados masculinos, então aqui é o mundo das cacheadas”, explica ela.

Uma mão puxa a outra

As duas se conheceram, como Rosely explicou, há 14 anos trabalhando em uma empresa no Polo Industrial de Manaus (PIM). Desde então, as duas galgaram seu espaço, em seus respectivos ramos, mas sempre buscando se complementar. “A gente se conheceu nessa empresa, mas depois ficamos um ano sem nos ver. Quando retomamos o contato, em 2008, ela estava fazendo um curso de cabeleireira no Senac e eu trabalhava na parte administrativa da Embelleze. Nos reencontramos e estamos juntas até hoje”, relembra Rosely.

Rosely e Ely em frente à L’oreal, em São Paulo. (Arquivo Pessoal)

Entre os “perrengues” vividos, a CEO do Salão das Cacheadas lembra que um dos primeiros cursos de Ely foi em São Paulo, para onde teve que viajar com apenas R$ 100 no bolso. Hoje, as duas já rodaram em alguns países, como Estados Unidos e Argentina, com as oportunidades e portas que se abriram no setor da beleza.

“Hoje, a gente atende 20 clientes por dia. Ainda trabalhamos com a parte da educação, recebemos profissionais de fora, começamos a fazer eventos para empreendedoras mulheres, para empreendedores locais. Hoje, nossa história é aqui. Ela é parceira de empreendedoras, faz eventos para acolher mulheres locais que querem a ajuda dela e querem ajudar as pessoas. Tudo que a gente criou, não há nada mais importante do que ajudar as outras pessoas a acharem seu valor, achar o seu sonho e acreditar que ele vai se cumprir”, compartilhou ela com a CENARIUM.

Ely Reis e a atriz Lucy Ramos. (Arquivo Pessoal)

Mulheres empreendedoras

Um estudo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) apontou que o empreendedorismo feminino no Brasil apresentou sinais de recuperação no último trimestre de 2021, depois de sofrer retração a partir dos primeiros meses da pandemia Covid-19.

O estudo baseado nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc) mostrou que após recuar para um total de 8,6 milhões, no segundo trimestre de 2020, o número de mulheres à frente de um negócio no País fechou o quarto trimestre de 2021 em 10,1 milhões, mesmo resultado registrado no último trimestre de 2019, antes da pandemia.

Apesar essa evolução, a participação das mulheres empreendedoras no universo de donos de negócio no Brasil (34%) ainda está abaixo da melhor marca histórica, registrada no 4º trimestre de 2019, quando elas representavam 34,8% do total.

Os dados mostram que 50% das proprietárias de negócios estão no setor de serviços, enquanto 21% estão no setor de construção. Em relação aos homens, 35% dos donos de negócios se concentram no setor de serviços, enquanto 21% estão no setor de construção.

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