Empresa lança garrafas de água sem rótulo e torna produção e reciclagem mais sustentáveis

A empresa pretende retirar mais de um bilhão de de garrafas plásticas do mercado até 2025 (Divulgação/ Ascom Bonafont)

Luciana Bezerra – Da Revista Cenarium*

MANAUS – A marca de água mineral Bonafont, administrada pela multinacional de alimentos Danone Brasil, passou a comercializar no início de outubro as novas garrafas de água mineral de um litro em embalagens PET e sem o rótulo de plástico envolto na embalagem. Com um designer mais moderno e sustentável, o novo produto foi batizado de “garrafa manifesto”. 

Outra novidade é que a logomarca da empresa será impressa em alto-relevo diretamente na garrafa. Já o código de barras vem marcado na tampa da embalagem para facilitar a leitura no caixa dos supermercados e pontos de vendas.

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imagem de como ficou a nova embalagem da garrafa (Divulgação/Ascom Bonafont)

De acordo com o presidente da divisão de águas da Bonafont, Ricardo Vasques, a iniciativa faz parte de um programa de sustentabilidade da empresa e visa reduzir o uso de polímeros nos produtos e pretende retirar mais de um bilhão de garrafas plásticas do mercado até 2025.

Preocupada com as questões ambientais a Bonafont planeja com o projeto se tornar uma empresa “plástico positivo” e reciclar 100 por cento do plástico que produz. “Nossa produção é o mais saudável possível. Por isso, precisamos garantir que a forma como entregamos o produto ao consumidor tenha menos impacto possível ao meio ambiente. O plástico é um produto muito eficiente, só precisamos saber como utilizá-lo”.

Para a diretora de marketing da divisão de águas da Danone Brasil, Erica Migales, criar um novo produto é mais fácil do que esbarrar com os desafios para comercializá-lo. 

“Chegar até aqui não foi fácil. Tivemos entraves em todos os elos da cadeia, desafios no mercado de reciclagem, desafios em suprimentos, questões de engenharia de fábrica, regulamentação, design e a definição da melhor mensagem para o consumidor, por mais do que uma empresa de águas, queremos poder impactar positivamente o meio ambiente e a vida dos consumidores”, enfatizou Erica.

Plástico positivo

O plástico reciclado é produzido pela Bonafont com o material dos galões retornáveis da empresa e achados nas versões de 20 litros e com vida útil de três anos.

(Divulgação/Ascom Bonafont)

Outro ponto interessante é a facilidade que este processo vai gerar no momento da reciclagem, pois as cooperativas e catadores de lixo precisam retirar todos os rótulos antes de reciclar as embalagens PET.

Retirar o rótulo das garrafas é uma forma de facilitar o processo de reciclagem.

Em relação ao recolhimento das embalagens pelos fabricantes de bebidas, Vasques afirma que a saída para este problema está no uso de tecnologias que permitem a criação de ciclos fechados de produção. Nesse modelo, a matéria prima é transformada em produto, e, ao fim da sua utilização, retorna ao início do processo, novamente como matéria prima.

“Precisamos capacitar a cadeia de reciclagem e gerar renda para os catadores”, idealiza o executivo.

Dados mundiais

Um estudo publicado pela Pew Charitable Trusts, a Fundação Ellen MacArthur e as Universidade de Oxford, Leeds e Common Seas, apontou que em 20 anos, se não houver controle, o número de plástico PET em circulação no mercado, irá triplicar.

Isso significa que serão 29 milhões de toneladas contribuindo para a poluição de ruas, rios e mares. Se nada for feito, o custo desse desastre ambiental chegará a 940 bilhões de dólares anuais, globalmente.

O Brasil até hoje tem dificuldade de estabelecer um modelo de sustentabilidade por um motivo até simples: o recolhimento das garrafas pela empresas responsáveis.

Regra em Manaus

Em Manaus, por determinação do Ministério Público Federal do Amazonas (MPF-AM) as empresas responsáveis pelo envazamento e comercialização de galões de água mineral, devem vender o produto em recipientes próprios, justamente para garantir os direitos do consumidor.

O sistema de embalagem retornável de uso exclusivo é um dos itens que constam em termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado entre o MPF-AM e o Sindicato da Indústria de Bebidas em Geral do Amazonas, em 2016.

Pelo acordo, as empresas que comercializam água mineral em garrafões de dez e 20 litros não podem envasar vasilhames que contenham logomarca de outra empresa moldada na resina. Antes do acordo, os garrafões de água mineral eram utilizados sem restrições pelas empresas, independente de quem era o fabricante do vasilhame.

Até a publicação deste conteúdo, a reportagem aguardava um posicionamento da Real Bebidas da Amazônia e Magistral Bebidas, Água Yara, Refrigerantes.

(*) Com informação da assessoria

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