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Empresário incendeia casa de líder extrativista em comunidade na Reserva do Médio Purus; ‘Perdi tudo por ciúmes’, diz a vítima
Até o momento, o empresário não foi localizado (Reprodução/Divulgação)
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26 de setembro de 2022
Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium
MANAUS – A líder extrativista da Comunidade Limeira, situada na Reserva Extrativista do Médio Purus, (entre os municípios de Lábrea e Pauini, no sul do Estado do Amazonas), Miriã Dávila de Oliveira, 23 teve a casa incendiada no último sábado, 24, pelo empresário e atual namorado Francisco Maia, de 68 anos. Francisco é conhecido na região por ser proprietário das embarcações, Comandante Maia 2 e Comandante Maia 3, que fazem linha entre Manaus e Boca do Acre.
Conforme com testemunhas da comunidade, após Miriã se ausentar da residência, Francisco foi até a lancha que estava atracada no porto, pegou um galão de gasolina, ateou fogo na casa e fugiu na própria embarcação logo depois. De acordo com Miriã, que classifica o então companheiro como possessivo, a ação criminosa foi motivada por ciúmes.
“Éramos namorados, ele passava uns dias comigo e sempre foi muito ciumento. Neste dia, eu iria para um torneio e ainda pela manhã ele começou a beber. Na hora que saí ele falou que se eu fosse eu não entraria mais, respondi que entraria sim, até porque a casa era minha. Depois só fiquei sabendo da notícia. Perdi tudo e fiquei só com a roupa do corpo, tudo por causa de ciúmes”, conta a líder comunitária.
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Em vídeo gravado pelos próprios moradores da comunidade, é possível ver a casa sendo consumida pelas chamas que também comprometeu a fiação elétrica e a escola que atende os alunos do vilarejo.
Atentado contra a comunidade
Até o momento, o empresário não foi localizado. O tio da vítima, diretor suplente da Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas do Médio Purus (Atamp), José Maria Carneiro de Oliveira, foi quem acolheu a sobrinha e lamentou o ocorrido.
José destaca que a violência cometida por Francisco pôs em risco toda a comunidade. “Além de prejudicar, diretamente, a Miriã, ele atentou contra a comunidade. O estrago poderia ter sido maior. Ele trancou a casa para ninguém entrar, foi destruição total. Que ele seja responsabilizado. Minha mãe de 86 anos, que mora próximo à casa da neta, ficou muito abalada. Isso foi um desrespeito com todos”, considera o tio.
Miriã foi até a delegacia de Pauiní para registrar o boletim de ocorrência. Líderes comunitários extrativistas cobram as providencias cabíveis para que o empresário possa responder criminalmente pela ação.
“Em relação ao acontecido estão todos muito abalados, tanto os idosos, quanto as crianças. A comunidade sempre ajudou a Miriã e estamos tomando todas as medidas necessárias para auxiliá-la nesse momento difícil”, ressaltou o líder comunitário Gilmar Gomes Lopes.
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