Entidades estudantis comemoram saída de Milton Ribeiro do Ministério da Educação

Rozana Barroso e Bruna Brelaz são as jovens estudantes que estão à frente da Ubes e da Une (Arte: Isabelle Chaves/CENARIUM)

Malu Dacio – Da Revista Cenarium

MANAUS – A troca de cadeiras no Ministério da Educação não surpreendeu entidades e mobilizações ligadas à educação que não comemoraram a notícia da exoneração Milton Ribeiro da pasta nesta segunda-feira, 28.

À REVISTA CENARIUM, Bruna Brelaz, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) classificou a saída do agora ex-ministro como uma vitória para a educação brasileira, mas disse que ainda não é suficiente para a luta.

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“Não basta sua saída, é preciso uma investigação do desvio de verbas, do esquema de corrupção instaurado na pasta e no governo Bolsonaro. A falta de projetos educacionais e a redução de investimentos são evidências desses esquemas”, disse a presidente. 

Bruna Brelaz, presidente da UNE, em ato dos estudantes (Divulgação)

De acordo com a presidente, o Brasil não tem projeto de educação e o Ministério da Educação tornou-se um órgão de total aparelhamento ideológico do governo e um meio para criar esquemas de propinas e corrupção.

“Uma extensão do que é o Governo Bolsonaro. Portanto, além da saída de Milton é necessário reestruturar a pasta, repor orçamentos, abrir diálogo com técnicos e secretários de educação de todo o Brasil. Lembramos que o órgão passa por uma crise institucional, com demissão de técnicos e servidores”, classificou.

Para Brelaz, o Ministério da Educação precisa ser dirigido por uma pessoa qualificada, com conhecimentos científicos e consistentes sobre financiamento, acesso à educação, democratização, e não alguém indicado para aparelhar esquemas e ideologias.

Retorno de Milton

“Não me despedirei, direi até breve”, foi o que disse Milton Ribeiro na sua saída. Questionada se acredita que a fala desse retorno pode sinalizar uma possível candidatura de Milton, a presidente da entidade nega e afirmou que não acredita em nenhum retorno do ex-ministro.

“Seu afastamento é algo planejado para dispersar as investigações de Bolsonaro quanto ao esquema. Também não consigo enxergar que ele se candidate nessa eleição”, criticou.

Quarto ministro em 3 anos

Para a presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Rozana Barroso, a saída do ex-ministro é também uma vitória porque as entidades pressionaram e cobraram pela exoneração. “Cobramos repostas pelo absurdo que ele está envolvido. Mas é uma derrota para o Brasil ver que em pouco tempo, em menos de três anos de governo, já se passaram 4 ministros da educação”, lembrou.

Rozana Barroso, da Ubes, defendeu que além de Milton Ribeiro, Bolsonaro também precisa deixar o cargo (Divulgação)

“Na nossa opinião, isso acontece porque o projeto de Bolsonaro é um projeto de ataque à educação brasileira. Então, para nós, não basta só a saída do Milton Ribeiro. Nós exigimos e lutamos pela saída do atual presidente da república”, disse.

E mais do que isso, os estudantes cobram respostas. “Queremos investigações sobre o absurdo que tem sido colocado ai na mídia de todo o País nos últimos dias. Propina com barra de ouro, distribuição de bíblias nos eventos do Ministério da Educação enquanto a educação brasileira tem sido sucateada”, lembrou.

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