Estados congelam ICMS sobre combustíveis por 90 dias após serem pressionados

O litro da gasolina vendido por suas refinarias passará de R$ 2,78 para R$ 2,98, um reajuste médio de R$ 0,20 (Fábio Rossi / Agência O Globo)

Com informações do Infoglobo

BRASÍLIA – Pressionados pela alta do diesel e da gasolina, os Estados decidiram, nesta sexta-feira, congelar o valor do ICMS cobrado sobre os combustíveis por 90 dias. Até 31 de janeiro de 2022, o valor do imposto não vai mudar, segundo decisão tomada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

“O objetivo é colaborar com a manutenção dos preços nos valores vigentes em 1º de novembro de 2021 até 31 de janeiro de 2022”, diz trecho na nota do Confaz. O Confaz é composto pelos Estados por representantes do Ministério da Economia, como o ministro Paulo Guedes.

PUBLICIDADE

A medida foi aprovada pelos estados como uma tentativa dos estados de ganharem tempo para que o projeto que altera a forma de cobrança do tributo não seja aprovado no Senado do jeito que foi aprovado pelos deputados.

O ICMS sobre combustíveis é cobrado considerando uma média de 15 dias dos preços nos postos. Portanto, quando o valor do combustível sobe, o valor cobrado pelo Estado também sobe mesmo que a alíquota se mantenha inalterada. A alíquota varia entre os estados.

Para tentar contornar um problema, a Câmara aprovou neste mês um projeto de lei que muda a forma como o imposto é calculado. Ele passa a ser um valor fixo sobre o litro (e não mais um preço variável), que não pode ser superior à média dos últimos dois anos.

O projeto ainda precisa ser votado pelo Senado. Caso o projeto avance, os estados calculam perdas anuais superiores a R$ 20 bilhões. O congelamento do ICMS agora representa, na prática, uma perda menor do que deixar o imposto ser alterado pelo Congresso.

O presidente Jair Bolsonaro critica recorrentemente o ICMS dos estados como responsável pela alta do preço dos combustíveis, o que sempre foi rechaçado pelos governadores.

Peso dos impostos

O peso total de tributos, considerando a fatia federal (Cide PIS/Cofins), alcança quase 40% do valor pago pelo consumidor pelo litro da gasolina, em média, segundo dados da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis).

No recorte pelo ICMS, para cada quatro litros desse combustível, um litro representa diretamente o quanto vai para a arrecadação estadual. O ICMS tem por objetivo taxar quem compra o produto, daí o preço final ser usado como referência para sua aplicação. A alíquota não foi mexida, na maior parte dos Estados.

O ICMS é recolhido pelo sistema de substituição tributária. Isso quer dizer que o tributo devido por toda a cadeia, incluindo as distribuidoras e os postos de combustíveis, tem o pagamento feito de forma antecipada na etapa inicial.

Como para calcular o tributo é preciso estimar o preço final, cada estado faz estudos para definir o Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF), apuração feita a cada 15 dias. É essse preço que ficará congelado.

Veja a matéria completa no site

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.