Estudo aponta presença de plástico em peixes consumidos na Amazônia

Peixes da espécie pacu comum (Mylossoma albiscopum) (Reprodução/Fapeam)
Da Revista Cenarium*

MANAUS (AM) – O estudo “Ocorrência de microplástico em peixes comercializados no mercado municipal de Tefé-AM, Brasil” identificou, pela primeira vez, a presença de plástico no trato gastrointestinal (estômago e intestino) de seis espécies de peixes frequentemente consumidos no Amazonas.

A pesquisa coordenada pela mestra em zoologia, Carolina Gomes Sarmento, do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), em Tefé (distante a 523 quilômetros da capital), e apoiado pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), no âmbito do Programa de Apoio à Interiorização Tecnológica no Amazonas (Painter), alerta sobre a questão emergente da poluição por plástico, que pode afetar a saúde dos peixes e interferir na reprodução e recrutamento das espécies.

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Tucunaré (Cichla monoculus), avaliado na pesquisa (Reprodução/Fapeam)

Ao todo, seis espécies amazônicas foram analisadas para identificar a presença de microplástico, são elas: o jaraqui (Semaprochilodus insignis); a sulamba/aruanã (Osteoglossum bicirrhosum); o tucunaré (Cichla monoculus); o tambaqui (Colossoma macropomun); a sardinha (Triportheus elongatus) e o pacu comum (Mylossoma albiscopum).

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Dos 336 peixes examinados, foram encontradas 34 partículas com forma de fragmentos e filamentos. Sacola, linha de pesca e isopor foram os materiais mais encontrados. “As descobertas do estudo são voltadas para as populações naturais de peixes encontradas na região do Médio Solimões, nas proximidades da cidade de Tefé. Essa é uma região que possui grande parte do seu comércio de peixes baseado em pesca artesanal”, afirmou Carolina Sarmento.

Ela explica, ainda, que as partículas foram analisadas por espectroscopia de infravermelho para identificação da composição química das amostras, no Laboratório de Síntese e Caracterização de Nanomateriais (LSCN/IFAM-Manaus), associado ao SisNANO.

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Peixes da espécie pacu comum (Mylossoma albiscopum) (Reprodução/Fapeam)

“Os peixes foram medidos, pesados e tiveram o estômago e intestino examinados por meio de identificação visual. O material foi examinado com auxílio de lupa para permitir o aumento de tamanho. As partículas encontradas foram fotografadas e classificadas de acordo com sua cor e tamanho”, disse a pesquisadora. A pesca artesanal é uma atividade de grande importância cultural e econômica para a subsistência das populações que vivem na região do Médio Solimões.

(*) Com informações da assessoria
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