Exposição fotográfica leva beleza e história de quilombos do Pará para São Paulo
Imagem exposta na "Bem-Querer Marajó". (Magali Abreu)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium
MANAUS – As belezas, memória e história dos quilombos do município de Salvaterra, na Ilha de Marajó, no Pará, foram registradas e levadas a São Paulo, onde integram a exposição ‘Bem-Querer Marajó’, de curadoria do fotógrafo João Ripper. A mostra iniciou no sábado, 12, e ficará à disposição do público, diariamente, até o próximo dia 27 de fevereiro. As obras são resultado de um projeto desenvolvido por Ripper e o StudioDezBelém.
Antes de ser instalada na capital paulista, a exposição esteve no Quilombo de Paixão, na Ilha de Marajó. Posteriormente, tomou lugar na capital paraense. A mostra reúne o trabalho de 43 fotógrafos de várias partes do Brasil que registraram “as belezas, o modo de vida, as dificuldades e as aspirações dos quilombolas”.
Ao longo do mês de setembro de 2021, os fotógrafos, separados em pequenos grupos, foram distribuídos em 12 comunidades quilombolas e puderam vivenciar as particularidades do dia a dia de cada quilombo. O principal objetivo da exposição é “ampliar o conhecimento do público sobre a existência e a necessidade da preservação da vida quilombola e das populações tradicionais no Brasil e no mundo”.
A ‘Bem-Querer Marajó’ está aberta ao público na Casa de Cultura Odisseia, bairro Cerqueira César, localizado entre o Centro e a Zona Oeste de São Paulo, das 14h às 22h. Todos os valores oriundos das vendas das obras serão revertidos para as comunidades quilombolas da Ilha de Marajó.
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Quem é João Ripper
João Roberto Ripper ocupa lugar de destaque entre os ícones da fotografia documental humanitária no Brasil e no mundo. Nos anos 90 trabalhou ao lado do Ministério Público e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) denunciando focos de trabalho escravo em minas de carvão, no interior do País, e fotografou, durante duas décadas, a triste saga dos índios Guarani Kaiowá em busca de direitos básicos, como terra, saúde e alimentação.
Hoje, Ripper é visto como orquestrador de um novo olhar sob as favelas cariocas. Isto porque ele é um dos fundadores da Escola de Fotógrafos Populares que forma profissionais, prioritariamente moradores das comunidades que compõem o Complexo da Maré, na área da fotografia e do jornalismo.
Nos últimos anos, tem percorrido o Brasil e o mundo ministrando uma oficina intitulada ‘Bem querer’, onde ensina os princípios da comunicação popular e fala sobre o método de trabalho que criou, a fotografia compartilhada, onde as pessoas fotografadas ajudam a editar o material final – podendo, inclusive, excluir fotografias dos arquivos brutos. J.R Ripper tem dois livros lançados, o primeiro chama-se Imagens Humanas e o segundo Retrato Escravo.
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