Filho de ex-governadores de RR paga R$ 50 mil de fiança após invadir espaço aéreo Yanomami

Bianca Diniz – Da Revista Cenarium

Boa Vista (RR) – O empresário Guilherme Campos, filho dos ex-governadores de Roraima Neudo Campos e Suely Campos, foi preso na terça-feira, 11, pela Polícia Federal (PF), após sobrevoar o espaço aéreo da Terra Indígena (TI) Yanomami, que estava fechado pela Força Armada Brasileira (FAB) desde o último dia 6 para evitar avanços do garimpo ilegal na região. Ele foi solto após pagar fiança.

De acordo com o processo (1002554-27.2023.4.01.4200) autuado na 4ª Vara da Justiça Federal de Roraima, foram constatadas irregularidades na aeronave pilotada por Campos durante a fiscalização.

“O avião, porém, foi encontrado em solo, em pista não homologada pela Anac [Agência Nacional de Aviação Civil], e foi verificado que o piloto, identificado como GUILHERME SILVA RIBEIRO CAMPOS, não possuía plano de voo, medida de segurança básica para o transporte aéreo, bem como sinais de adulteração do aparelho GPS instalado na aeronave”, indica o documento.

Na audiência de custódia, a defesa alegou que Campos estava indo para sua propriedade rural e que teria voado acidentalmente sobre a área proibida, sem a intenção de entrar na TI. Em entrevista à imprensa local, a esposa do empresário informou que “ele estava indo vacinar o gado em sua fazenda”.

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Liberdade provisória

A juíza federal Flávia de Macêdo Nolasco concedeu a liberdade provisória mediante o cumprimento de medidas cautelares, incluindo o comparecimento bimestral em juízo para informar e justificar suas atividades, proibição de se aproximar da Terra Indígena Yanomami, monitoramento eletrônico restrito ao município de Boa Vista e proibição de se ausentar da cidade sem autorização judicial.

Em sua decisão, a juíza mencionou que ainda não é possível afirmar se Guilherme Campos atuava em garimpo ilegal em terras indígenas. O empresário efetuou o pagamento de fiança no valor de R$ 50 mil.

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Histórico

Guilherme Campos, filho de ex-governadores do Estado de Roraima, já foi preso na “Operação Escuridão”, realizada pela Polícia Federal, em novembro de 2018. De acordo com a PF, o esquema de desvio de dinheiro aconteceu entre 2015 e 2017. A fraude foi descoberta após um inquérito, instaurado em 2017, para apurar irregularidades em contratos de fornecimento de alimentação para presídios em Roraima.

Confira o processo na íntegra: