Início » Sociedade » Fiscalização do trabalho análogo à escravidão: Secretaria de Inspeção do Trabalho tem novo auditor fiscal
Fiscalização do trabalho análogo à escravidão: Secretaria de Inspeção do Trabalho tem novo auditor fiscal
Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), cada irregularidade trabalhista gera uma multa que pode chegar a R$ 600 mil (Reprodução/Internet)
Compartilhe:
18 de março de 2023
Da Revista Cenarium*
BRASÍLIA – O auditor fiscal do trabalho Luiz Felipe Brandão de Mello é o novo secretário de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. A partir da nomeação de Mello, publicada em portaria na edição de sexta-feira, 17, do Diário Oficial da União (DOU), a expectativa é que a secretaria, responsável pela fiscalização do trabalho análogo à escravidão, seja mais atuante. Nesse sentido, a chamada “lista suja”, um banco de empregadores que submeteram trabalhadores a essa prática, pode aumentar.
Com registros de que datam de 2011 a 2022, figuram na lista, hoje, 175 nomes. A inclusão de empresas ou pessoas físicas, nesse cadastro, só acontece depois da fiscalização, no local, das denúncias de investigação, defesa dos acusados e conclusão do processo administrativo e, algumas vezes, criminal. Os empregadores – pessoas físicas e jurídicas – permanecem listados, inicialmente, por dois anos. Eles podem optar, contudo, por firmar um acordo com o governo e serem suspensos do cadastro. Para isso, precisam se comprometer a cumprir uma série de exigências trabalhistas e sociais.
Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), cada irregularidade trabalhista gera uma multa que pode chegar a R$ 600 mil.
PUBLICIDADE
Casos
Em fevereiro, houve grande repercussão no caso que envolveu trabalhadores em vinícolas da Serra Gaúcha. No dia 22 daquele mês, uma ação conjunta entre a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou 207 pessoas que eram submetidas a trabalho degradante, em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, em condições análogas à escravidão. O resgate ocorreu depois que três trabalhadores, que fugiram do local, entraram em contato com a PRF, em Caxias do Sul (RS), e fizeram a denúncia.
Atraídos pela promessa de salário de R$ 3 mil, os trabalhadores relataram enfrentar atrasos nos pagamentos dos salários, violência física, longas jornadas de trabalho e oferta de alimentos estragados. Eles contaram ainda que, desde que chegaram, no início do mês, eram coagidos a permanecer no local sob pena de pagar multa por quebra do contrato de trabalho. A PF prendeu um empresário baiano responsável pela empresa. O homem foi encaminhado ao presídio de Bento Gonçalves.
À época que o caso veio à tona, em notas, as vinícolas disseram que desconheciam as irregularidades praticadas contra os trabalhadores recrutados pela empresa prestadora de serviços terceirizados.
Indenizações
O Ministério Público do Trabalho (MPT) informou ter assinado um termo de ajustamento de conduta (TAC) com as vinícolas Aurora, Garibaldi e Salton, envolvidas no flagrante. Pelo acordo, as vinícolas se comprometeram a pagar R$ 7 milhões em indenizações, R$ 5 milhões por danos morais coletivos e R$ 2 milhões por danos individuais, a serem divididos entre os resgatados.
Currículo
Esta é a segunda passagem de Luiz Felipe Brandão de Mello pela Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT). A primeira foi no governo da presidente da República Dilma Rousseff. Ele, que é auditor fiscal do trabalho, desde 1996, também foi fiscal na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Rio Grande do Sul (SRTE/RS) e chegou a substituir o superintendente regional.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.