França passa a distribuir preservativos para jovens; País registra aumento de ISTs

Além da distribuição dos preservativos, o governo francês facilitou o acesso a anticoncepcionais de emergência para as mulheres ( Reprodução/ Internet)

Da Revista Cenarium*

SÃO PAULO – Em esforço das autoridades para reduzir a propagação de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) na França, em alta nos últimos anos, jovens passam a obter preservativos distribuídos de forma gratuita em farmácias de todo o país.

Autoridades de saúde mencionaram o aumento de doenças como justificativa para a implementação da nova lei —o número das ISTs cresceu cerca de 30% de 2020 a 2021 na França. Ao anunciar a gratuidade, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que a saúde sexual dos jovens no país é um “problema real” e defendeu a formação de mais professores e especialistas no tema para conscientizar a população.

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“[A distribuição dos preservativos] é uma pequena revolução”, disse Macron em agosto, acrescentando que a a realidade da educação sexual na França está “muito longe da teoria”.

Homem olha para preservativos em farmácia de Paris, na França
Homem olha para preservativos em farmácia de Paris, na França – Martin Bureau – 8.set.2020/AFP

A nova lei entrou em vigor no domingo, 1, e vale para jovens com menos de 26 anos. A medida já é adotada em vários outros países. No Brasil, os preservativos são distribuídos gratuitamente para a população, sem restrição de idade, desde 1994.

Além da distribuição dos preservativos, o governo francês facilitou o acesso a anticoncepcionais de emergência para as mulheres. Antes, a pílula do dia seguinte era distribuída gratuitamente e sem a exigência de receita médica apenas para menores de idade nas farmácias do país —agora, o acesso foi ampliado para todas as mulheres.

As mudanças acontecem em um momento em que os direitos das mulheres são discutidos no Parlamento francês. Em novembro, a Assembleia Nacional da França aprovou um projeto de lei que fixa o direito ao aborto na Constituição. No país europeu, mulheres hoje podem se submeter ao procedimento até a 14ª semana de gravidez, mas a regra não está na Carta Magna.

Na votação, os parlamentares fizeram menções diretas à decisão de junho da Suprema Corte dos EUA que reverteu um parecer de quase cinco décadas da corte, suspendendo o direito em âmbito nacional. Na prática, a mudança permitiu que estados pudessem aprovar leis contrárias à interrupção voluntária da gravidez.

O temor de parte dos legisladores franceses é que a Justiça do país tome decisão semelhante; a inserção do tema na Constituição inibiria esse eventual movimento.

(*) Com informações da Folhapress
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