G20 em Manaus: ‘Grande desafio é transformar biodiversidade em produtos’, afirma secretário do MDIC

O secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Rodrigo Rollemberg (Luiz André Nascimento/Revista Cenarium)
Marcela Leiros – Da Cenarium

MANAUS (AM) – A semana de reuniões do G20 em Manaus (AM) chegou ao terceiro dia nesta quarta-feira, 19, com representantes dos países com as maiores economias do mundo reunidos para alinhar políticas de meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Os desafios para fortalecer a bioeconomia no Amazonas e a inserção desse modelo econômico na Zona Franca de Manaus (ZFM) foram assuntos em destaque.

A capital amazonense sedia, entre os dias 17 e 21 de junho, duas reuniões do G20: a 3ª Reunião da Iniciativa de Bioeconomia, coordenado pelo Ministério das Relações Exteriores; e a 3ª Reunião do Grupo de Trabalho em Meio Ambiente e Sustentabilidade Climática, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

Terceiro dia da semana de reuniões do G20 em Manaus, no Amazonas (Luiz André Nascimento/Revista Cenarium)

À REVISTA CENARIUM, o secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Rodrigo Rollemberg elencou que o grande desafio de implementar a bioeconomia nas indústrias do Polo Industrial de Manaus (AM) é transformar a biodiversidade em produtos e negócios que possam gerar renda e possam melhorar a qualidade de vida das populações.

PUBLICIDADE

Esse é o grande desafio do CBA, por exemplo. O CBA está trabalhando fortemente nisso, no sentido de desenvolvimento dessas tecnologias e na atração de empresas. Hoje nós queremos levar empresas, startups, para dentro do CBA, para que possam inovar, para que possam desenvolver produtos e processos e negócios a partir da biodiversidade da Amazônia“, afirmou.

Para Rollemberg, é questão de tempo para as indústrias perceberem a necessidade de buscar insumos naturais como matéria-prima, promovendo, assim, um processo de descarbonização dos seus processos produtivos.

A troca de insumos de origem fóssil por insumos de origem biológica. Isso vai acontecer em todos os setores. A agricultura vai ter, com o tempo, que substituir os insumos químicos por bioinsumos, por biofertilizantes, por biodefensivos. Da mesma forma que a indústria vai ter que substituir o plástico de origem fóssil por biopolímeros, por bioplásticos produzidos a partir de biomassa“, elencou.

Representantes do Governo Lula em coletiva de imprensa (Luiz André Nascimento/Revista Cenarium)
Perspectivas

O evento culminará na Cúpula de Líderes, nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro, que vai reunir lideranças dos 19 países membros, além da União Africana e da União Europeia. Este ano, o Brasil preside a cúpula, que a partir de novembro, terá o comando da África do Sul.

O secretário-executivo do MMA João Paulo Capobiango disse esperar, com grande expectativa, que saia, das reuniões, um documento com princípios para futuras conversas, debates, discussões. “Ainda mais com a perspectiva que nós temos aí do Brasil ser sede da COP30. Embora esta reunião do G20 não negocie, não faça parte do preço do negociador, mas é evidente que conceitos importantes, princípios relevantes, influenciam todos os debates subsequentes em todos os campos, negociadores ou não“, declarou.

A ministra do MMA, Marina Silva, e o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil) estavam confirmados a participarem do evento nesta quarta-feira, mas não compareceram.

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.