Governo federal identifica cerca de 2 mil municípios suscetíveis a desastres climáticos

Desastre natural: imagem de deslizamento de barranco (Reprodução/CNN)
Da Revista Cenarium*

BRASÍLIA (DF) – Estudo do governo federal identificou 1.942 municípios como os mais suscetíveis a desastres relacionados ao clima, como deslizamentos, enxurradas e inundações.

A lista representa 34,9% dos 5.570 municípios brasileiros. O número mais do que dobrou em relação a 2012, quando 821 municípios estavam sob maior risco de desastres naturais.

Para elaborar a lista, o governo considerou, entre outros pontos, os municípios com registros de mortos e desalojados por desastres relacionados ao clima, bem como a população vivendo em áreas de risco e com alta vulnerabilidade a inundações.

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Os municípios da lista têm 148,8 milhões de habitantes, dos quais 8,9 milhões vivem em áreas de risco geo-hidrológico. O Brasil tem 203 milhões de moradores no total, segundo o Censo 2022.

O estudo foi coordenado pela Casa Civil para atualizar a lista de locais que devem ser priorizados em obras do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Participaram do trabalho representantes dos ministérios da Integração e do Desenvolvimento Regional, das Cidades, da Ciência e Tecnologia, de Minas e Energia e do Meio Ambiente.

O levantamento foi revelado pelo jornal O Globo e confirmado pela Folha. O documento foi assinado em 29 de setembro de 2023.

Vila Sahy, em São Sebastião (SP), dias após temporal e deslizamento que matou dezenas de pessoas (Bruno Santos/27.fev.2023/Folhapress)

O estudo considerou dados levantados até 2022. Sem contar o DF, a unidade da federação com maior proporção de municípios na lista é o Amazonas — 59 dos 62 municípios estão na lista de risco, ou cerca de 95% do total.

Já Minas Gerais é o Estado com mais municípios listados, 283 — o equivalente a um terço do total.

Em outra lista, o governo usou dados preliminares de 2023 para identificar 30 municípios afetados por desastres no último ano. Eles também foram considerados suscetíveis a deslizamentos, enxurradas e inundações.

“Diante dos desastres ocorridos que causaram tantas perdas humanas, desabrigados e desalojados, além de incontáveis danos materiais e de degradação do meio ambiente, é fundamental promover ações governamentais coordenadas voltadas à gestão de riscos e prevenção de desastres”, diz a nota técnica do governo.

O mesmo documento recomenda que o governo utilize os dados para formar a lista de municípios que podem receber recursos do novo PAC para obras de prevenção de risco como “contenção de encostas, macrodrenagem, barragens de regularização de vazões e controle de cheias e intervenções em cursos d’água”.

O Brasil registrou extremos climáticos diversos em 2023, desde deslizamentos no litoral de São Paulo e alagamentos no Rio Grande do Sul até a seca histórica na Amazônia e queimadas no pantanal.

Nesta semana, o forte temporal que atingiu Porto Alegre e outras regiões do Rio Grande do Sul deixou milhares de moradores sem energia elétrica, água e internet.

Pesquisa Datafolha divulgada em 17 de dezembro mostrou que, para 78% dos brasileiros entrevistados, as atividades humanas contribuem para o aquecimento do planeta, e mais da metade (54%) disse acreditar que elas afetam muito o clima.

Leia mais: Marina Silva afirma que trabalha plano conjunto para prevenção de desastres climáticos
(*) Com informações da Folhapress
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