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Governo Lula: mulheres ganham destaque no comando de seis ministérios
Conheça as seis anunciadas para o Governo Lula. (Arte: Mateus Moura)
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22 de dezembro de 2022
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium
MANAUS – O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira, 22, os nomes que vão comandar 16 ministérios. As mulheres ganharam evidência ao serem escolhidas para seis pastas estratégicas:Saúde, Gestão e Inovação, Ciência e Tecnologia, Mulher, Cultura e Igualdade Racial. Ainda serão anunciados outros 13 ministérios.
O evento foi realizado no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), local escolhido como sede da equipe da Transição, em Brasília (DF). Ao todo, 37 pastas irão compor o Governo Lula.
Veja quem são as mulheres anunciadas:
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Ministério da Cultura: Margareth Menezes, cantora;
Ministério da Saúde: Nísia Trindade, presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz);
Ministério da Gestão e Inovação: Esther Dweck, economista;
Ministério da Ciência e Tecnologia: Luciana Santos, presidente nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco;
Ministério da Igualdade Racial: Anielle Franco, ativista e irmã da vereadora carioca assassinada Marielle Franco.
O nome de Margareth Menezes já havia sido informado, mas foi oficializado pelo presidente eleito nesta quinta-feira. No Governo Bolsonaro, ao longo de todo a gestão, apenas três mulheres comandaram o alto escalão: Flávia Arruda, na Secretaria de Governo; Tereza Cristina, na Agricultura; e Damares Alves, da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Além dos seis ministérios já citados, também foram anunciados os ministros de Relações Institucionais; Secretaria-Geral da Presidência da República; Educação; Portos e Aeroportos; Ministério do Desenvolvimento Social; Trabalho; Direitos Humanos; e Indústria, assim como os novos advogado-geral da União e controlador-geral da União.
O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) irá comandar a área de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Ministério das Relações Institucionais: Alexandre Padilha, deputado federal;
Secretaria-Geral da Presidência da República: Márcio Macêdo, deputado federal e tesoureiro da campanha do PT;
Advocacia-Geral da União: Jorge Messias, foi subchefia para Assuntos Jurídicos de Dilma Rousseff;
Ministério da Educação: Camilo Santana, ex-governador do Ceará e senador eleito;
Ministério dos Portos e Aeroportos: Márcio França, ex-governador de São Paulo;
Ministério do Desenvolvimento Social: Welington Dias, ex-governador do Piauí;
Ministério do Trabalho: Luiz Marinho, deputado federal;
Ministério dos Direitos Humanos: Silvio Almeida, advogado;
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: Geraldo Alckmin, vice-presidente da República eleito;
Controladoria-Geral da União: Vinícius Marques de Carvalho, advogado e ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Desmonte
Durante o evento, o vice-presidente e coordenador de Transição do governo eleito fez a entrega do relatório final sobre a conclusão dos trabalhos da equipe. Os trabalhos da transição foram divididos em mais de 30 grupos temáticos.
Alckmin falou que a conclusão aponta para um retrocesso no governo anterior e que Lula terá desafios para reestruturar o País. “Retrocesso em muitas áreas, o governo federal andou para trás. Então, o Estado que o presidente Lula recebe é muito mais difícil e muito mais triste do que anteriormente“, declarou, destacando algumas das conclusões nas áreas da Saúde, Educação, Cultura, Habitação, Transparência e Meio Ambiente.
Educação
Na Educação, Alckmin afirmou que a aprendizagem diminuiu e a evasão escolar aumentou por causa do congelamento de recursos. “Os recursos essenciais como a merenda escolar ficaram congelados em R$ 0,36 centavos, então tivemos quase um colapso dos institutos federais e universidades. Temos um grande desafio pela frente”, disse ele.
Saúde
O vice-presidente eleito lembrou que o Brasil sempre foi referência na Saúde, mas a má condução fez com que o País tivesse quase 11% das mortes por Covid-19. O agora ministro da Indústria também falou que o Brasil não conseguiu atingir metas de vacinação.
“No segundo reforço [da poliomielite], 50% das crianças não foram vacinadas, não tomaram a última dose de reforço da poliomielite. Poliomielite mata e deixa sequelas. Aliás, três coisas mudaram o mundo: água tratada, vacina e antibiótico. Há um grande desafio pela frente na saúde”, alegou.
Cultura
Alckmin afirmou que a equipe de transição constatou queda de quase 90% de recursos para Cultura. “Cultura e economia criativa é emprego na veia, distribuidora de renda”, afirmou.
Violência
O coordenador da equipe de Transição citou o aumento no número de feminicídio e responsabilizou o aumento da liberação de posse de arma.
“Na questão da violência, essa distribuição absurda de armas na mão das pessoas levou, infelizmente, a um recorde de mortes de mulheres, um feminicídio. Nós tivemos, em seis meses, 700 mortes por feminicídio por arma de fogo”, explicou Alckmin.
Agricultura
A equipe também concluiu redução nos estoques de alimentos, que contribuíram para a insegurança alimentar.
“Nós tivemos, na agricultura, uma redução de 95% na Conab, nos estoques, por exemplo, de arroz. E essa diminuição levou ao aumento dos preços de alimentos, que por consequência agravou a insegurança alimentar”, acrescentou.
Infraestrutura
Quanto à infraestrutura, Alckmin destacou que 93% das rodovias federais não tinham contrato de manutenção e prevenção.
Defesa Civil
Os recursos para a Defesa Civil e Prevenção para Desastres, segundo Geraldo Alckmin, foram reduzidos em praticamente R$ 2 milhões.
Habitação
O vice-presidente também informou dados sobre os investimentos em habitação, afirmando que foi quase zerado os recursos para as famílias de baixa renda.
“Na habitação, que proporciona o maior sonho da família, que é a casa própria, e de outro lado gera muito emprego na construção civil, praticamente zerou a faixa 1, que é a mais importante do ponto de vista social, que são queles que ganham menos de R$ 1.800. Se tirou praticamente da possibilidade da casa própria as famílias de menor renda”, disse o presidente eleito.
Transparência
Na questão da transparência, 26% dos pedidos de acesso à informação foram negados pelo governo federal. “Governo é vida pública, Doutor Ulisses dizia ‘pública eu sei que é’. Uma restrição além dos absurdos dos sigilos de um século, coisa totalmente fora do momento em que o mundo vive”, destacou.
Meio ambiente
Sobre o meio ambiente, Alckmin lembrou que houve aumento do desmatamento no Governo de Jair Bolsonaro.
“Aumento de 59% do desmatamento na Amazônia entre 2019 e 2022. Nas últimas semanas, agora, 1.216% aumento de queimadas. Então, uma devastação das florestas não por agricultores, mas por grileiros de terra, quando o grande desafio do mundo é combater as mudanças climáticas”, disse.
Relações internacionais
Geraldo Alckmin pontuou que o Brasil também ficou de fora das grandes decisões dos organismos internacionais e nem sequer pagou sua contribuição. “Sendo uma das maiores econômicas do mundo, dos países mais populosos, R$ 5,5 bilhões, uma cifra recorde, de aportes que não foram feitos a organismos internacionais”, declarou.
Obras públicas
Por fim, o vice-presidente e coordenador da equipe de Transição citou que mais de 14 mil obras públicas estão paradas. “Isso não é austeridade, isso é ineficiência de gestão”, concluiu.
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