Homem é preso por manter trabalhadores análogos à escravidão em RR

Da Revista Cenarium*

BOA VISTA (RR) – A Polícia Federal, em colaboração com o Ministério Público do Trabalho, realizou uma operação, no dia 4 de março, de repressão ao trabalho análogo à escravidão. Na ação, um homem foi preso em flagrante e foi dado o cumprimento a um mandado de busca e apreensão em uma propriedade rural localizada em Boa Vista, m Roraima.

Alojamento dos trabalhadores (Reprodução/Agência Brasil)

As investigações indicam que os trabalhadores desta propriedade, que realizam atividades de piscicultura, trabalhariam em condições degradantes, desprovidos de condições mínimas de trabalho.

Entre os aspectos observados, destaca-se que os trabalhadores residiriam em um contêiner de ferro, inadequado para dormir, especialmente considerando o calor extremo característico de Roraima, um dos estados mais quentes do Brasil, além da insalubridade do ambiente.

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Alojamento dos trabalhadores (Reprodução/Agência Brasil)

O proprietário do estabelecimento foi preso em flagrante pelo crime de trabalho em situação análoga à escravidão, que pode resultar em uma pena de reclusão por até oito anos. No local foi apreendida uma espingarda calibre 22.

Denúncias podem ser encaminhadas para a Polícia Federal através do telefone (95) 3621-1515 ou através do Comunica PF neste link: https://www.gov.br/pf/pt-br/canais_atendimento/comunicacao-de-crimes.

Trabalho análogo a escravidão no Brasil

O Brasil resgatou, em 2023, 3.151 trabalhadores em condições análogas à escravidão. O número é o maior desde 2009, quando 3.765 pessoas foram resgatadas. Apesar dessa alta, o dado mostra como o país regrediu no período recente porque o número de auditores fiscais do trabalho está no menor nível em 30 anos.

Com esses dados, subiu para 63,4 mil o número de trabalhadores flagrados em situação análoga à escravidão desde que foram criados os grupos de fiscalização móvel, em 1995. O trabalho no campo ainda lidera o número de resgates. A atividade com maior número de trabalhadores libertados foi o cultivo de café (300 pessoas), seguida pelo plantio de cana-de-açúcar (258 pessoas).

Entre os estados, Goiás teve o maior número de resgatados (735), seguido por Minas Gerais (643), São Paulo (387) e Rio Grande do Sul (333).

Leia mais: Roraima tem segunda maior demanda por vagas em creches no País
(*) Com informações de Agência Brasil
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