Homem que matou mulher grávida em RO vai responder por feminicídio triplamente qualificado e aborto

O MPRO confirmou que o crime foi cometido por motivo fútil, sem que houvesse chance de defesa à vítima e que gravidez foi interrompida “com vontade livre e consciente” de Gabriel, provocando o aborto "sem o consentimento da gestante”. (Reprodução/Internet)

Iury Lima – Da Revista Cenarium

VILHENA (RO) – Gabriel Santos Maioli, de 28 anos, acusado de matar uma mulher grávida, em Pimenta Bueno, cidade a 522 quilômetros de Porto Velho, vai responder por feminicídio triplamente qualificado e aborto, com base na denúncia oferecida à Justiça pelo Ministério Público de Rondônia (MPRO), nesta quarta-feira, 16. 

Por meio de nota enviada à REVISTA CENARIUM, o MPRO confirmou que o crime praticado pelo denunciado foi cometido por motivo fútil, sem que houvesse chance de defesa à vítima, Antonieli Nunes, de 32 anos, e que, além disso, a gravidez foi interrompida “com vontade livre e consciente” de Gabriel, que “provocou aborto sem o consentimento da gestante”. A denúncia, assinada pelo Promotor de Justiça Tiago Cadore, pede que Gabriel seja submetido ao Tribunal do Júri Popular.

Antonieli Nunes, morta aos 32 anos, deixa o filho mais velho, de 3 anos de idade (Reprodução/internet)

MP confirma ‘mata-leão’

Em nota, o Ministério Público confirmou a versão de Gabriel apresentada à polícia, durante depoimento, mas que o delegado responsável pelo caso, Bruno Cavalcante, não sustentava à imprensa, mesmo quando questionado pela reportagem: o acusado, que confessou o crime, antes de acertar Antonieli com uma facada no pescoço, asfixiou a vítima.

“Conforme apontou a investigação policial, a motivação do crime foi o fato de o acusado pretender esconder a gravidez e o relacionamento extraconjugal que mantinha com a vítima. Segundo foi apurado, na noite dos fatos, o denunciado teria asfixiado a ofendida com um golpe conhecido como ‘mata-leão’ para, em seguida, desferir uma facada em seu pescoço, levando-a à morte”, informou o MP.

Ao prestar depoimento, o autor do feminicídio disse que a atitude foi resultado de uma “crise de ansiedade”, enquanto estava deitado ‘de conchinha’ com Antonieli, na casa dela, após ter concordado em assumir a criança e revelar a relação à família. O assassinato ocorreu um dia depois da vítima ter revelado a gravidez, que estava no estágio inicial. 

Repercussão

O crime bárbaro, que chocou todo o Estado de Rondônia, ganhou repercussão nacional por meio de diversos veículos de imprensa, como a TV Cultura, parceira da CENARIUM, que noticiou o feminicídio no bloco de boletins informativos ‘Repórter Cultura’, durante a programação. 

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Grande comoção também tomou conta dos 36 mil pimentenses, moradores da cidade onde tudo aconteceu. Com faixas e cartazes, a população percorreu por ruas de Pimenta Bueno, pedindo por justiça, e protestaram, também, em frente à Delegacia de Polícia Civil.

A proporção foi tamanha que o pai de Gabriel, o pastor evangélico Julio Cesar Silva Souza, pediu perdão à sociedade por meio de um vídeo publicado nas redes sociais. Ele diz que a família contratou advogado para que Gabriel responda por seus atos na ‘forma da lei’. “Parece que nós estamos em um pesadelo”, contou o pastor, em lágrimas.

O assassinato

O corpo de Antonieli foi encontrado no dia 3 de fevereiro, por familiares, que foram até a casa dela em busca de notícias, já que a mulher não havia comparecido ao trabalho, nem atendido ligações, ou respondido mensagens.

Ela e Gabriel trabalhavam na mesma empresa, onde ele atuava como técnico de informática. O assassino só não ficou preso de imediato porque, segundo as autoridades, “já havia passado o período de flagrante”. 

Antonieli deixa o filho mais velho, que completou três anos de idade no dia do sepultamento de sua mãe, em 4 de fevereiro.

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