IBGE: Região Norte tem população mais jovem do País

Jovens no bairro Monte das Oliveiras, na Zona Norte de Manaus. (7.jun.22 - Ricardo Oliveira/Revista Cenarium Amazônia)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium Amazônia

MANAUS (AM) – A Região Norte do Brasil é a mais jovem do País, com 25,2% de sua população com idade até 14 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Também é a região que apresenta a maior razão de sexo (99,7), com o maior número de mulheres em comparação com os homens.

O instituto avaliou as proporções de grupos etários específicos, apontando que a Região Norte lidera o ranking da juventude brasileira. Logo atrás está o Nordeste, com 21,1%. Já as regiões Sudeste e Sul possuem uma população mais envelhecida, com apenas 18% e 18,2% de jovens de 0 a 14 anos, respectivamente. Além disso, as proporções de idosos com 65 anos ou mais nessas regiões são as maiores do País, com 12,2% e 12,1%, respectivamente.

“Podemos perceber que a queda da fecundidade ocorreu primeiramente no Sudeste e no Sul do Brasil, tornando-as as regiões mais envelhecidas, com menor proporção de jovens. A região Norte, embora também tenha registrado uma redução da fecundidade ao longo dos últimos anos em todos os estratos socioeconômicos, ainda se mantém como a região proporcionalmente mais jovem. Também é na região Norte que observamos a menor proporção de pessoas adultas e idosas em relação às outras regiões”, analisou a gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE, Izabel Marri.

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Jovens no mercado

O IBGE apontou ainda que, no Brasil, de 2010 para 2022, a idade mediana — um indicador que divide uma população entre os 50% mais jovens e os 50% mais velhos — subiu de 29 anos para 35 anos, o que evidencia o envelhecimento da população. O indicador aumentou nas cinco grandes regiões: Norte, de 24 para 29 anos; Nordeste, de 27 para 33 anos; Sudeste, de 31 para 37 anos; Sul, de 31 para 36 anos e Centro-Oeste, de 28 para 33 anos.

O economista Inaldo Seixas analisa os números do ponto de vista socioeconômico, destacando que ter uma população mais jovem em um universo populacional é positivo, principalmente para o mercado de trabalho, mas é preciso prover boas condições de trabalho, educação e saúde.

“O fato de se contar, no caso da Região Norte, com uma maior população jovem em tese seria importante para a economia, porque você tem mais força de trabalho jovem, que entra no mercado de trabalho com mais vontade, se submetendo a jornadas mais longas, dispostos a produzir mais, e isso poderia contribuir efetivamente para o aumento da produção, mas a gente tem que fazer algumas ressalvas nesse sentido”, explicou.

O especialista ainda cita a questão da seguridade social, já que mais jovens contribuindo com a previdência significa mais recursos para aposentadorias. “Quanto mais jovens entram no mercado de trabalho, mais contribuem para o fundo da previdência social, que serviria para poder pagar aqueles idosos que estão saindo do mercado de trabalho, e como estão com maior longevidade, vão estar mais tempo recebendo prestações de aposentadorias, o que faz com que haja um aumento na seguridade social”, acrescentou.

Edição: Eduardo Figueiredo

Revisão: Gustavo Gilona

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