Indígenas venezuelanos Warao vivem situação precária em Cuiabá

Indígenas venezuelanos Warao em Cuiabá (MT) (Luiz Leite/GD)
Davi Vittorazzi – Da Revista Cenarium

CUIABÁ (MT) Os indígenas venezuelanos do povo Warao estão vivendo em condições precárias de saúde, moradia e de alimentação em Cuiabá. Uma ação foi realizada na manhã desta sexta-feira, 19, data que é alusiva ao Dia dos Povos Indígenas, para levar atendimento médico aos moradores locais por profissionais do Hospital Universitário Julio Muller.

As famílias estão vivendo em moradias improvisadas e, este mês, uma criança Warao de três anos morreu em razão de grave quadro de desidratação e possível infecção. Segundo a prefeitura, cerca de 300 pessoas da etnia vivem na capital mato-grossense.

Um pedido do Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT), por meio da 14ª Promotoria de Justiça Cível de Cuiabá, foi aceito pela Justiça, na quarta-feira (17), e ordenou a Secretaria Municipal de Saúde levar atendimento médico no local. Uma equipe multidisciplinar, composta por 17 profissionais, foi até o local onde o grupo está abrigado para oferecer atendimento.

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Os indígenas estão em um terreno emprestado, no bairro São José, onde moram há mais de dois anos, sem nenhuma estrutura básica como esgoto, água tratada e energia elétrica. Eles moram a céu aberto, em abrigos apenas cobertos por lona.

Atendimento a indígenas em Cuiabá (Vicente Aquino/Secom-Cuiabá)

Dos que vivem no local, há mais 60 crianças e adolescentes que não têm acesso à escola e ficam expostas aos riscos de contaminação por doenças. Segundo a líder da etnia, Hernaida Rivera Estrella, eles vivem de doações e não estavam conseguindo ter donativos suficientes, além de muitas crianças estarem com febre e gripadas.

“Todos estão em risco, sobretudo as crianças que estão com sérios problemas de desnutrição e outras doenças tratáveis. Medidas emergências precisam ocorrer para que mais vidas não sejam perdidas. É lamentável que mais uma criança seja vítima dessa invisibilidade social”, o professor de Antropologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Aloir Paccini, que acompanha a situação dos indígenas.

Segundo a prefeitura, no atendimento feito nessa quarta duas crianças foram encaminhadas a unidades de saúde. A prefeitura também informou que, junto ao Conselho Tutelar, intermediou que 36 crianças e adolescentes frequentem a escola e que estas já estão matriculados na região.

O Governo de Mato Grosso informou que entrega, mensalmente, cestas básicas para os indígenas em dois pontos da capital.

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Editado por Adrisa De Góes
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