Institutos unem forças para rastrear desmatamento da Amazônia

Com uso de inteligência artificial, objetivo é fornecer informações mais precisas sobre o desmatamento florestal. Foto: Reprodução

Da Revista Cenarium

MANAUS – Construir uma comunidade global de inovadores que usam a tecnologia para provocar mudanças positivas para as pessoas e para o planeta. É com essa visão que o Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicados (IIASA) está unindo forças com o SAS, líder global em analytics, no lançamento de uma plataforma de construção coletiva com a finalidade de coletar informações e imagens que possam ser utilizadas como fonte de dados para construção de modelos de inteligência artificial (AI).

O objetivo é fornecer informações mais precisas sobre o desmatamento florestal, especialmente da região amazônica, ajudando a elaborar políticas ambientais e ações de combate.

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A iniciativa está sendo oficialmente lançada nesta quarta-feira, 22, data em que se celebra o Dia da Terra. Criado em 1970, o evento tem por finalidade alertar sobre a conservação da biodiversidade e outras preocupações ambientais.

O IIASA, que é uma das mais importantes e respeitadas organizações mundiais de investigação científica multidisciplinar, localizada em Laxemburgo, na Áustria, busca mobilizar a comunidade científica e a sociedade civil em todo o mundo para imputar e revisar imagens da floresta amazônica com o intuito de apontar áreas que foram devastadas a partir da influência humana.

Segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, ferramenta de monitoramento baseada em imagens de satélites, o desmatamento na Amazônia cresceu 279% em março deste ano, em comparação com o mesmo mês de 2019.

Ainda conforme o relatório, 254 quilômetros quadrados de floresta foram destruídos no período, sendo o número mais alto nos últimos dois anos. Para os autores da pesquisa, esse aumento pode estar ligado ao avanço de áreas ilegais de garimpo e da intensa atuação de grileiros, pessoas que se apossam de terras alheias.

“A urgência necessária para abordar essas transformações requer as melhores soluções de tecnologia. É por isso que escolhemos o SAS”, diz Albert van Jaarsveld, CEO do IIASA.

E completa: “Ao combinar o poder de nossas plataformas de pesquisa de ciência ambiental, o uso de inteligência artificial e as tecnologias de computer vision do SAS, somado ao poder intelectual dos cidadãos preocupados, nós vamos desenvolver modelos de IA que vão aumentar exponencialmente o valor de insights humanos e nos esforçar para entregar uma avaliação quase em tempo real da mudança ambiental global.”

Modelos poderosos e precisos de IA não surgem por mágica. O desenvolvimento dessa tecnologia começa com inteligência humana. Para este projeto, o SAS e o IIASA estão lançando em conjunto um aplicativo online orientado pelo modelo de crowdsourcing para reunir a inteligência coletiva do público.

Além disto, voluntários dos mais diversos perfis estão sendo chamados – pesquisadores, estudantes do ensino médio, artistas, engenheiros e cientistas de dados profissionais – para iniciar este projeto, avaliando e julgando imagens da floresta Amazônica.

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