Investigação contra influenciador iniciou após morte de bicho-preguiça, afirma Ibama

Agenor Tupinambá é morador do município de Autazes, no interior do Amazonas. (Reprodução/ Instagram)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou por meio de nota, nessa quarta-feira, 19, que o caso do influenciador digital Agenor Tupinambá  — conhecido por criar uma capivara e um papagaio no município de Autazes, a 118 quilômetros de Manaus  — chegou ao conhecimento do órgão após a morte de um bicho-preguiça também criado pelo amazonense. Tupinambá foi autuado por crimes ambientais e vai ter que pagar multa de R$ 17 mil.

Leia também: Agenor e Filó: amizade de homem e capivara é possível? Ibama desaprova e apreende animal

Fazendeiro, ele fez sucesso pelas publicações na rede social Tik Tok, onde tem 1,4 milhões seguidores, na qual mostrava a rotina como cuidador da capivara Filó e da papagaio Rosa. Ambos são animais silvestres e não podem ser domesticados como cães e gatos, pontuou o Ibama em nota. O instituto afirmou, ainda, que Agenor não tem autorização para ficar com os animais.

“O caso chegou ao conhecimento do Ibama, após a morte de um bicho-preguiça que o rapaz, morador da cidade de Autazes (Amazonas), criava em sua propriedade. No local, os agentes encontraram um papagaio e uma capivara. Agenor não tinha autorização legal para manter os animais em sua posse”, consta na nota.

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O Ibama entendeu que o influenciador cometeu “práticas relacionadas à exploração indevida de animais silvestres para a geração de conteúdo em redes sociais”, de acordo com o Decreto nº 6.514/2008, que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998). Além da multa de R$ 17.030, Agenor também foi obrigado a retirar o conteúdo publicado sobre a criação de animais silvestres em ambiente doméstico e a entregar os animais ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, em Manaus.

Agenor Tupinambá e sua capivara Filó viraram tema de debate nas redes sociais a partir da ação do Ibama (Reprodução/Redes Sociais)

“Animal silvestre não é pet”

O Ibama lembrou ainda que animais como capivara e bicho-preguiça são animais silvestres, portanto, criar ou manter esses animais em casa é proibido pela legislação brasileira. O instituto ainda salientou que além de ser crime manter animais silvestres irregularmente, “a exposição de espécimes silvestres como pets em redes sociais, estimula a procura por esses animais, aquecendo o tráfico de espécies da fauna brasileira”.

O Ibama orientou, por fim, as medidas que devem ser tomadas ao encontrar um animal silvestre ferido. “Deve-se acionar o órgão público competente necessário“, disse o órgão, acrescentando também que quem possui animal silvestre em situação irregular pode realizar entrega voluntária ao órgão ambiental competente para evitar penalidades previstas na legislação.

A reportagem questionou o influenciador sobre as acusações do Ibama, mas até a publicação desta reportagem não obteve resposta.

Leia a nota na íntegra:

Animal silvestre não é pet.

Por mais que algumas pessoas queiram cuidar de animais silvestres, quando os encontram na natureza, é necessário entender que eles não são animais domésticos, como cães e gatos.

Capivara e bicho-preguiça são animais silvestres. Criar ou manter esses animais em casa é proibido pela legislação brasileira.

Com base no Decreto nº 6.514/2008, que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998), o Ibama autuou nesta terça-feira (18/04) o influenciador digital Agenor Tupinambá por práticas relacionadas à exploração indevida de animais silvestres para a geração de conteúdo em redes sociais. As multas aplicadas totalizam R$ 17.030,00.

O caso chegou ao conhecimento do Ibama, após a morte de um bicho-preguiça que o rapaz, morador da cidade de Autazes (Amazonas), criava em sua propriedade. No local os agentes encontraram um papagaio e uma capivara. Agenor não tinha autorização legal para manter os animais em sua posse.

Agenor também recebeu duas notificações que determinam a retirada de conteúdo audiovisual alusivo à criação de animais silvestres em ambiente doméstico e a entrega do papagaio e da capivara ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama em Manaus.

É importante salientar que além de ser crime manter animais silvestres irregularmente, a exposição de espécimes silvestres como pets em redes sociais, estimula a procura por esses animais, aquecendo o tráfico de espécies da fauna brasileira.

Por mais que se acredite estar ajudando um animal silvestre, dando comida e abrigo, é importante entender que essa atitude pode prejudicá-lo, pois reduz sua capacidade de sobrevivência na natureza. Animais silvestres também podem transmitir doenças graves para os humanos.

Ao encontrar algum animal silvestre ferido, deve-se acionar o órgão público competente.

A legislação brasileira não admite a hipótese de regularizar junto aos órgãos ambientais um animal adquirido ou mantido sem autorização.

Quem possui animal silvestre em situação irregular pode realizar entrega voluntária ao órgão ambiental competente para evitar penalidades previstas na legislação.

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