Ipea: taxa de desocupação cai para 8,2% em outubro

Emprego: apesar de retomada gradual do mercado de trabalho, rendimento real médio é mais baixo (Amanda Perobelli/Reuters)
Da Revista Cenarium*

MANAUS – O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, nessa terça-feira, 13, a nota sobre o Desempenho Recente do Mercado de Trabalho e Perspectivas, que segue em trajetória positiva. Dados mensais calculados pelo Ipea, a partir da série trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que, em outubro, a taxa de desocupação dessazonalizada ficou em 8,2%, o menor patamar desde abril de 2015.

A população desocupada, que chegou a 15,4 milhões em maio de 2021, vem recuando sistematicamente, de modo que o contingente de 8,9 milhões apurado em outubro de 2022 é o menor já observado desde julho de 2015. No entanto, ao contrário do verificado ao longo de grande parte do processo de retomada do mercado de trabalho, iniciado em meados de 2021, a queda da desocupação no trimestre terminado em outubro não foi proporcionada pela expansão da ocupação, mas sim por uma retração da força de trabalho.

De acordo com os dados dessazonalizados, verifica-se que, após atingir o maior patamar da série em junho de 2022 (100,5 milhões), o total de ocupados vem recuando levemente nos últimos meses, chegando a 98,7 milhões em outubro – queda de 1,8%.

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Miguel Ângelo/CNI

Esse arrefecimento, no entanto, ocorreu, sobretudo, nos setores informais da economia. Embora o total de ocupados sem carteira no setor privado tenha apresentado alta de 9,6% em outubro de 2022, frente ao mesmo mês de 2021, os dados dessazonalizados mostram que de junho a outubro houve retração de 5,2% deste contingente.

Em relação aos trabalhadores por conta própria sem CNPJ, essa queda é ainda maior: em outubro de 2022, o total de pessoas nesta condição era 6,7% menor que o registrado no mesmo período de 2021 e 8,4% abaixo do apontado em junho de 2022. Já os empregos formais apresentaram desempenho mais favorável.

Os ocupados com carteira no setor privado, no setor público e os por conta própria com CNPJ avançaram 7,1%, 13,9% e 10%, respectivamente, em relação a outubro de 2021. Na comparação com junho de 2022, os dados dessazonalizados de outubro mostram que enquanto os ocupados com carteira no setor privado recuaram 1,9%, os ocupados no setor público e os por conta própria com CNPJ cresceram 6,3% e 3,7%, respectivamente.

A força de trabalho, no entanto, vem apresentando trajetória ainda mais amena que a ocupação, proporcionando a queda na taxa de desemprego. Por um lado, os dados referentes a outubro de 2022 mostram alta de 1,4% na força de trabalho na comparação com o mesmo mês de 2021. Por outro, a série dessazonalizada indica que esse montante recuou 2,5% de junho a outubro, passando de 110,5 milhões para 107,7 milhões.

No terceiro trimestre de 2022, enquanto a maior queda da taxa de desemprego ocorreu no grupo de trabalhadores com idade entre 25 e 39 anos, o aumento da ocupação foi mais intenso entre os trabalhadores mais jovens (8,4%) e os mais idosos (15,6%).

O recorte por escolaridade, por sua vez, exibe novamente queda mais acentuada da taxa de desocupação entre os trabalhadores com ensino superior, dada a alta de 7,6% da população ocupada. Já o recorte por gênero traz queda no desemprego para ambos os sexos com a desocupação entre os homens recuando de 10,1% para 6,9%, e a das mulheres caindo de 15,9% para 11%, na comparação com o terceiro trimestre de 2021.

Assim como a taxa de desemprego, os indicadores de subocupação e desalento ratificam o cenário de recuperação do mercado de trabalho. Em outubro, 5,5 milhões de trabalhadores se declararam subocupados, o que representa queda de 26,9% na comparação interanual. O percentual de subocupados em relação ao total da ocupação caiu de 8% para 5,5% entre outubro de 2021 e 2022. Por sua vez, o número de desalentados no país era de 4 milhões em outubro de 2022, 18,1% menor que o de outubro de 2021. Com isso, a proporção de desalentados em relação à população fora da força de trabalho chegou a 3,7% em outubro.

Acesse a íntegra do estudo no blog da Carta de Conjuntura do Ipea

(*) Com informações do Ipea

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