Ispace: na terça-feira, pode acontecer a primeira alunissagem privada bem-sucedida

A premissa toda é demonstrar a capacidade de levar cargas à superfície lunar a um custo acessível (Reprodução/ispace)
Da Revista Cenarium*

Na última quinta-feira, 20, o maior foguete já projetado no mundo, o Starship da SpaceX, produto da iniciativa privada, fez seu primeiro voo-teste (apenas, parcialmente, bem-sucedido, é verdade). Na próxima terça-feira, 25, podemos muito bem ter a primeira alunissagem privada bem-sucedida. Se isso não é um sinal dos tempos, não sei o que poderia ser.

A empresa ispace, se tudo der certo, terá um módulo de pouso assentado sobre a superfície da Lua no dia 25 de abril, por volta das 13h40 de Brasília. Será a primeira vez que uma empresa terá descido com sucesso à superfície lunar – um emblema do futuro.

Se contarmos apenas iniciativas privadas, será a segunda tentativa. A primeira, com o módulo israelense Beresheet, em 2019, terminou em fracasso. Os japoneses da ispace podem ser os primeiros a ter sucesso, tornando o Japão a quarta nação a enviar uma sonda, num pouso suave, até a Lua, depois de Rússia, EUA e China.

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Superfície da Lua a cerca de 2.000 km de distância registrada pela sonda Hakuto-R em 26 de março
Superfície da Lua, a cerca de 2 mil quilômetros de distância, registrada pela sonda Hakuto-R, em 26 de março (Reprodução/ispace)

Mais que isso, a missão inicial da sonda Hakuto-R, um módulo de pouso com 2,3 metros de altura e mil quilos (totalmente abastecido), marca o início de uma nova era na exploração lunar, em que agências espaciais contratam companhias para levar suas cargas úteis à superfície. É algo que nunca se viu antes.

A bordo da Hakuto-R, um pequeno rover dos Emirados Árabes Unidos, chamado Rashid, com dez quilos, além de um pequeno veículo japonês na forma de uma esfera, com massa de modestos 250 gramas. Eles descerão, se tudo correr bem, em algum ponto da cratera Atlas, na margem do Mare Frigoris. A ispace já realizou, com sucesso, oito das dez etapas previstas para o voo.

A missão foi lançada com um foguete Falcon 9, da empresa americana SpaceX, em 11 de dezembro de 2022. Desde então, ela sobreviveu ao lançamento, às operações, num voo que a levou a mais de 1 milhão de quilômetro da Terra, operando no espaço profundo por um mês, até ser capturada pela Lua (a cerca de 384 mil quilômetros de distância), em 21 de março, entrar em sua órbita e manobrar para ajustar sua trajetória, enquanto gira ao redor da Lua (estabelecendo um traçado circular em 13 de abril).

Os objetivos 9 e 10 da missão 1 da Hakuto-R são, respectivamente, alunissar e se manter operacional após o pouso, entregando suas cargas úteis na superfície. É, basicamente, o que podemos testemunhar a partir da terça-feira. Caso haja algum problema, a empresa tem datas de reserva para a alunissagem: 26 de abril, 1° e 3 de maio.

A premissa toda é demonstrar a capacidade de levar cargas à superfície lunar a um custo acessível, e a subsidiária americana da ispace já tem contrato com a Nasa para realizar missões a serviço da agência espacial dos EUA. Caso não funcione, ainda assim, o feito é relevante, por todas as etapas concluídas com sucesso. De toda forma, será emocionante acompanhar o que pode ser o início de uma nova era para a exploração lunar.

Leia também: Nasa anuncia que quatro pessoas de uma vez só vão à Lua pela primeira vez; veja detalhes
(*) Com informações da Folhapress
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