Da Revista Cenarium*
Na última sexta-feira (5), Ailton Krenak, renomado ambientalista, filósofo e poeta, foi empossado na Academia Brasileira de Letras (ABL). A cerimônia teve lugar na sede da instituição, situada no Centro do Rio de Janeiro.
Krenak fez história ao se tornar o primeiro indígena a ocupar uma cadeira na ABL. Ele foi eleito para a cadeira número 5 com 23 votos, superando a historiadora Mary Del Priore (com 12 votos) e outro representante indígena, o escritor Daniel Munduruku (com 3 votos).
Antes de assumir o cargo, o ambientalista expressou sua esperança de que o Brasil inteiro, assim como outros brasileiros, possam compreender que uma nova era na relação entre a ABL e os povos originários está se iniciando. “Espero que o Brasil inteiro, os outros brasileiros, possam entender que nós estamos virando uma página da relação da ABL com os povos originários. Eu já disse que venho para cá para trazer línguas nativas do Brasil para um ambiente que faz a expansão da lusofonia”, disse o ambientalista, antes da posse.
Ailton Krenak é conhecido como um líder indígena de destaque, além de ambientalista e filósofo, pertencente à etnia Krenak. Nascido em 1953 no Vale do Rio Doce, Krenak mudou-se para o Paraná, onde aprendeu a ler e escrever. Ele ganhou reconhecimento nacional após discursar na Assembleia Nacional Constituinte em 1987, defendendo os direitos dos povos originários, com o rosto pintado com a tinta preta de jenipapo.
Autor de obras como ‘Ideias para adiar o fim do mundo’ e ‘A vida não é útil’, Ailton Krenak recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora e ocupa atualmente a cadeira 24 na Academia Mineira de Letras.
(*) Com informações do site Cultura.
Compartilhe:
Comentários