Lula ‘esquenta’ semana com afagos ao agro enquanto MP da Crise Hídrica esfria no Congresso

Lula ao lado do ex-governador Blairo Maggi, citado pelo ex-presidente em entrevista. (Reprodução/Ricardo Stuckert)
Via Brasília – Da Cenarium

Acenos

Depois de reabrir o diálogo com partidos fora do campo da esquerda, como o MDB, o ex-presidente Lula continua fazendo acenos para setores com os quais teve proximidade, mas se afastou depois do impeachment de Dilma, Lava Jato e eleição de Bolsonaro. Chegou a vez do agronegócio. Lula deu entrevista à rádio de Dourados, do Mato Grosso do Sul, e lembrou dos agrados de seu governo ao setor. “No nosso governo o agronegócio foi tratado com muito carinho. Você nunca me viu fazer um discurso contra o agronegócio”.

Agro é pop

O petista lembrou que em seu governo foi feita uma Medida Provisória que perdoou R$ 74 bilhões em dívidas de grandes produtores, os juros das linhas de créditos para compra de maquinário eram de 3% ao ano e houve uma conciliação entre os interesses de pequenos agricultores, grandes latifundiários e grupos que integram a órbita do PT, como o MST. O Mato Grosso do Sul, que já foi governado pelo PT, é um dos maiores produtores de soja, milho, algodão e carne bovina do País e se tornou um reduto bolsonarista.

MP caduca

Com a semana mais curta na Câmara e votação de outras pautas, a Medida Provisória da Crise Hídrica (MP 1055) esfriou entre os deputados e ficou de fora. Contou para isso o lobby dos grandes consumidores em apontar o possível impacto tarifário dos jabutis do relatório. Os parlamentares interessados em aprovar o texto deixaram a poeira baixar, mas vão tentar votá-lo novamente nesta semana. O relatório continua sendo polêmico entre os parlamentares e o governo tem atuado nos bastidores para que a matéria caduque, já que boa parte das ações previstas para a crise foram executadas.

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Desoneração

Para evitar puxar mais a corda contra o governo, é grande a chance de um pedido de vista adiar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no processo em que o governo pede a retomada de um veto de Jair Bolsonaro, derrubado ano passado, e que suspendia a desoneração na folha de pagamento das 17 empresas que mais empregam. A regra seguirá valendo até o fim do ano. Com isso, o STF, mesmo na prática indo contra os interesses do Planalto, evita o carimbo de que impôs nova derrota ao presidente Jair Bolsonaro (Sem partido).

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