‘Luta pela Vida’: mobilização nacional indígena inicia no domingo, 22

Cassandra Castro – Da Cenarium

BRASÍLIA (DF) – Neste domingo, 22, o movimento indígena estará na capital federal para reivindicar direitos e promover atos contra a agenda anti-indígena no Congresso e no governo federal. É a mobilização nacional “Luta pela Vida” que acontece até o próximo sábado, dia 28, em Brasília.

A mobilização é coordenada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), em conjunto com organizações de base indigenista e conta com uma intensa programação de plenárias, agendas políticas em órgãos do governo e embaixadas. Além de marchas, manifestações públicas e manifestações culturais. Nesse período, indígenas de todas as regiões do país ficarão acampados na Praça da Cidadania, ao lado do Teatro Nacional.

O movimento indígena vem denunciando de forma constante o agravamento das violências contra os povos originários dentro e fora dos territórios tradicionais. “Não podemos nos calar diante desse cenário violento. Não é apenas o vírus da Covid-19 que está matando nossos povos e por isso decidimos mais uma vez ir até Brasília para seguir lutando pela vida dos povos indígenas, da mãe terra e da humanidade”, enfatiza Sonia Guajajara, uma das coordenadoras executivas da Apib.

Protocolos

Para esta programação, o Acampamento Luta pela Vida desenvolveu protocolos sanitários para reforçar todas as normas já existentes e recomendada para combate à Covid-19. A equipe de saúde conta com profissionais indígenas de saúde em parceria com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Brasília e do Rio de Janeiro, com o Ambulatório de Saúde Indígena da Universidade de Brasília (Asi/UnB) e com o Hospital Universitário de Brasília (HUB).

Um dos coordenadores executivos da Apib, Dinamam Tuxá, informa que as recomendações sanitárias de prevenção contra a Covid começaram desde o momento em que as delegações se mobilizaram para sair de seus territórios. “ A Apib propõe a convocação de pessoas que já estejam com sua cobertura vacinal completa, ressalta Tuxá.

Marco Temporal

A pauta central da mobilização Luta pela Vida é o julgamento no STF da tese do Marco Temporal, que é considerado pelo movimento indígena o processo mais importante do século sobre a vida dos povos indígenas. A Corte vai analisar a ação de reintegração de posse movida pelo governo de Santa Catarina contra o povo Xokleng, referente à TI Ibirama-Laklãnõ, onde também vivem os povos Guarani e Kaingang.

Os dias seguintes ao julgamento vão dar espaço a debates relacionados às eleições de 2022 e ao fortalecimento das redes de apoio às lutas dos povos indígenas. O retorno de todas as delegações está previsto para o dia 28 de agosto.