Mais uma vez, Braga tenta voltar ao governo pelo ‘tapetão’
O senador Eduardo Braga. (Arte: Thiago Alencar)
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13 de junho de 2023
Ana Pastana – Da Revista Cenarium
MANAUS – O senador Eduardo Braga (MDB-AM), derrotado nos últimos quatro pleitos para o Governo do Amazonas, tem um histórico de tentar assumir o comando do Estado valendo-se da estratégia do “tapetão”, expressão usada no futebol para se referir ao ato do time perder a partida em campo, mas querer ganhar na Justiça, conforme levantou a REVISTA CENARIUM nesta terça-feira, 13.
A última ação “bem sucedida” do senador foi contra o ex-governador José Melo, que teve o mandato cassado em 2016. Desde então, o senador amarga derrotas tanto nas urnas, como na Justiça. O ex-governador já falecido Amazonino Mendes e o atual governador do Estado, Wilson Lima (União Brasil), também foram alvos de ataques por parte de Braga.
Mas, nessas tentativas, Braga não alcançou seu principal objetivo: ser eleito, novamente, governador do Amazonas, após dois mandatos consecutivos (2003 a 2010).
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Em janeiro de 2016, o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) decidiu pela cassação do mandato de Melo (Pros) e do vice-governador Henrique Oliveira (Solidariedade) por compra de votos na campanha eleitoral de 2014. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou a decisão do colegiado estadual e determinou eleições suplementares no Estado.
A ação foi proposta por Eduardo Braga, adversário político de Melo à época. Em 2014, José Melo foi reeleito no segundo turno após conseguir virar a disputa contra o senador Eduardo Braga: Melo obteve 55,54% dos votos válidos, contra 44,46% de Braga.
Após a cassação, Eduardo Braga ainda tentou conseguir autorização, do TRE-AM, para posse imediata do cargo de governador, mas teve pedido negado. Anos depois, em entrevista a um programa de rádio local do Amazonas, José Melo chegou a afirmar que se sentiu traído por Eduardo Braga. “Me dediquei feito um desgraçado para elegê-lo governador contra o Amazonino, que era uma lenda”, disse, na época.
Com a determinação de eleição suplementar ainda em 2017 para o Governo do Amazonas, Eduardo entrou a disputa com Marcelo Ramos como candidato a vice. O principal adversário era Amazonino Mendes que formava a chapa com Bosco Saraiva.
Na época, a coligação “União pelo Amazonas”, de Braga, pediu a impugnação da candidatura de Amazonino Mendes e do vice. O pedido apontou fraudes nas atas das convenções do PDT, PSD, PRB e PSC que escolheram Amazonino como candidato. O relator João Simões, do TRE-AM, rejeitou o pedido.
Cassação negada
O governador do Estado, Wilson Lima, se tornou o principal alvo do senador. Em 2022, em plena corrida eleitoral, sem apresentar provas, a equipe jurídica do então candidato ao Governo do Amazonas acusou Wilson Lima de se beneficiar nas eleições, por meio da comunicação publicitária, exaltando programas como o Asfalta Manaus e o Passe Livre Estudantil.
As denúncias, sem provas ou documentos, vieram à tona no dia em que as pesquisas dos institutos Pontual e RealTime Big Data mostraram a vitória do governador Wilson Lima no segundo turno, em 30 de outubro.
Nessa quinta-feira, 12, Eduardo Braga amargou uma nova derrota. O pedido de embargo do senador contra o governador do Estado foi rejeitado por três dos sete membros da Corte do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) que julgam o caso. O julgamento foi suspenso após pedido de vista do desembargador Kon Tsi Wang.
A representação de número 0602276-66.2022.6.04.0000 pede a impugnação da candidatura de Wilson Lima por uso da estrutura das Forças de Segurança do Estado do Amazonas. A relatora do processo, desembargadora Carla Reis, apresentou ementa na qual justifica que os “embargos apresentados não servem para rediscutir o mérito já dirimido pela Corte”.
A REVISTA CENARIUM questionou o senador, via assessoria de comunicação, a respeito dos processos como tentativas de se eleger governador do Estado, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
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