Manaus vai sediar reuniões do G20 sobre bioeconomia e mudanças climáticas

Indígena observa o Teatro Amazonas, monumento histórico de Manaus (Reprodução/Secretaria de Comunicação)
Carol Veras – Da Revista Cenarium

MANAUS (AM) – A capital do Amazonas, Manaus, vai sediar duas reuniões do G20, entre os dias 17 e 21 de junho deste ano. O grupo vai debater sobre bioeconomia no fomento ao desenvolvimento sustentável, bem como meio ambiente. Pelo Brasil, as reuniões dos países com as maiores economias do mundo acontecem desde fevereiro.

O primeiro encontro inicia no dia 17 e vai até 19, coordenado pelo Ministério das Relações Exteriores, com o tema: 3ª Reunião da Iniciativa de Bioeconomia. De 19 a 21, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima vai discutir ações conjuntas na 3ª Reunião do Grupo de Trabalho em Meio Ambiente e Sustentabilidade Climática.

O evento culminará na Cúpula de Líderes, nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro, reunindo lideranças dos 19 países membros, além da União Africana e da União Europeia. Este ano, o Brasil preside a cúpula, que a partir de novembro, terá o comando da África do Sul.

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Presidente Lula e Presidente Cyril Ramaphosa, da África do Sul (Ricardo Stuckert/PR)

Nas redes sociais, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva destaca o objetivo do grupo político no Brasil. “O Brasil à frente do G20 terá como uma das prioridades a redução das desigualdades de renda, raciais, de gênero e de acesso à saúde e educação“, escreveu no ‘X’ (antigo Twitter).

Extremos climáticos

No relatório da reunião que acontecerá no dia 19 na capital amazonense, são mencionadas as catástrofes climáticas sofridas pelo Brasil, assim como por outros países do grupo.

A sequência de eventos climáticos extremos recentes, desde incêndios florestais no Canadá até inundações em diferentes áreas do Brasil, exige um maior compromisso e ação no enfrentamento dessa tarefa”, diz a agenda do Grupo de Trabalho sobre Sustentabilidade Ambiental e Climática.

No Amazonas, a previsão é de seca severa. As últimas pesquisas do Laboratório de Modelagem do Sistema Climático Terrestre (Labclim), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), coordenado pelo professor doutor Francis Wanger, indicam que a seca do Rio Madeira pode se agravar entre os meses de junho e julho deste ano, com risco de atingir apenas 9,50 metros de profundidade.

Seca histórica no Amazonas (Reprodução/Revista Cenarium)

O governador do Amazonas, Wilson Lima (UB), afirmou, em uma coletiva de imprensa realizada em maio deste ano, que o Executivo deve tomar medidas a respeito do período de seca previsto para a segunda metade de 2024.

De acordo com o Painel do Clima, site de monitoramento do Estado, a previsão é que o nível dos rios atinja marcações tão baixas quanto o ano passado, que resultaram na maior estiagem dos últimos 100 anos.

O coordenador do Labclim, relatou em entrevista à CENARIUM, em entrevista recente, que essas mudanças climáticas são de interesse mundial. “As ações para retardar esses acontecimentos extremos precisam ser feitas em escala global, não só aqui na região. Precisamos diminuir o consumo de combustíveis fósseis, principalmente”, disse.

No Rio Grande do Sul, a enchente histórica deixou 173 mortos até agora, conforme divulgou a Defesa Civil. As cidades com o maior número de mortes são Canoas, com 31 óbitos, Roca Sales, com 13, e Cruzeiro do Sul, com 12 óbitos registrados. Outras 38 pessoas continuam desaparecidas e mais de 800 pessoas ficaram feridas durante as enchentes.

Enchentes no Rio Grande do Sul (Ricardo Stuckert/PR)
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Editado por Adrisa De Góes
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