Marina Silva afirma que hidrogênio verde tornará agricultura de ‘baixo carbono’

Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Reprodução/Senado)
Mayara Subtil – Da Revista Cenarium Amazônia

BRASÍLIA (DF)- A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, defendeu nesta segunda-feira, 18, que a produção do hidrogênio verde no Brasil vai exportar sustentabilidade durante evento sobre desenvolvimento sustentável, transformação ecológica e energética na Bolsa de Valores de Nova York.

O elemento químico é uma aposta mundial para reduzir o uso de combustíveis fósseis, como carvão mineral e gás natural, pois sobrecarregam a atmosfera com gases poluentes, o que aquece ainda mais o planeta.

“Seremos grandes exportadores de sustentabilidade ao produzirmos uma agricultura de baixo carbono. Ao produzirmos hidrogênio verde estaremos exportando sustentabilidade, ao fazermos manejo florestal e vendermos nossas madeiras agregando valor estaremos exportando sustentabilidade. Nós não podemos ultrapassar 1,5ºC de temperatura e o Brasil pode fazer isso e nós não vamos esperar que nos paguem para isso”, declarou a ministra.

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Marina Silva está em Nova York ao lado de ministros como Fernando Haddad, da Fazenda, acompanhando o presidente Lula, que participa da abertura da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas. O chefe do Executivo e alguns ministros têm se reunido com empresários e com autoridades do governo norte-americano. Nos encontros, o governo brasileiro tem buscado atrair o interesse do investimento estrangeiro para projetos sustentáveis.

Ainda durante o painel nos Estados Unidos, Marina Silva voltou a se referir aos resultados ambientais dos oito meses do atual governo federal.

“Já reduzimos as emissões de CO2 em cerca de 200 milhões de toneladas de CO2, evitando o desmatamento de 48% do índice do desmatamento da Amazônia. Já fizemos o plano de transição para uma agricultura de baixo carbono. Estamos trabalhando para fazer e criar novos ideais identificatórios e, a partir desses ideais, de que sejamos economicamente prósperos, socialmente justos, politicamente democráticos, culturalmente diversos e ambientalmente sustentáveis”, reforçou a ministra.

Hidrogênio Verde

O hidrogênio é o elemento químico mais abundante do mundo. Está presente em substâncias como a água, que é formada por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Também está presente em alimentos, fertilizantes e plásticos.

Conforme especialistas, o combustível tem potencial de colocar o Brasil em posição de destaque na meta global de substituir o uso de combustíveis fósseis.

Segundo o professor Thiago Lopes, do Centro de Pesquisa em Gases de Efeito Estufa, da Universidade de São Paulo (USP), a produção verde do elemento é uma das chaves para a descarbonização de setores que a energia elétrica não consegue.

“Você maximiza o impacto, a contribuição de energias renováveis para a descarbonização de toda a matriz energética do país”, explicou.

Energia limpa para a produção de hidrogênio verde o Brasil tem de sobra. A matriz elétrica do país é formada predominantemente por fontes limpas, sob extenso uso de água, sol e vento. O desafio é implementar políticas para que indústrias e veículos usem o “combustível do futuro”.

“Tem que ser feito um trabalho por parte de todos os atores envolvidos para apostar mais fortemente no hidrogênio verde, desde participação entre entes públicos, quanto também entes privados”, explicou José Linares, professor do Instituto de Química da Universidade de Brasília (UnB).

Leia mais: No Senado, Marina Silva diz que veto para exploração na Foz do Amazonas não é ‘decisão política’
Editado por Jefferson Ramos
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