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Ministra afirma que Brasil se declarar mais pardo é importante para guiar políticas públicas
A ministra da pasta da Igualdade Racial, Anielle Franco (Sérgio Lima/Reprodução)
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22 de dezembro de 2023
Da Revista Cenarium Amazônia*
SÃO PAULO (SP) – Na tarde desta sexta-feira, 22, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, classificou como “vitória” o resultado do Censo 2022, que demonstrou que o Brasil se declara mais pardo do que branco.
“É uma vitória termos um Brasil que se reconhece como negro — e nunca é demais lembrar que pardos e pretos compõem a população negra do Brasil”, escreveu ela no X (ex-Twitter). “Que o passado onde imperava a vergonha e o disfarce da negritude seja, cada vez mais, distante em nossa história!”
De acordo com o censo, os pardos somam 92,1 milhões de habitantes, o que representa 45,3% de todos os brasileiros. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou os dados de identificação étnico-racial do Censo nesta sexta na sede do bloco afro Olodum, em Salvador, capital do Estado com maior população preta do País.
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Além de Anielle, outros políticos comentaram os resultados da pesquisa. Para o deputado estadual Carlos Minc (PSB-RJ), o levantamento mostra que o mais importante “é combater todas as formas de racismo e desigualdade. Também implementar com mais força a nossa lei que determina o ensino das culturas afro-indígenas nas escolas”.
Para o Minc, a divulgação dos resultados é uma forma de aumentar a cultura e combater o preconceito, “pelo menos a parte que é ligada à desinformação, e também prestigiar maioria da nossa população”. “Você vê história contada por brancos, com heróis brancos, com religiões brancas e isso, hoje em dia, é minoria da população”, escreveu ele também no X.
Por fim, ele disse que é preciso também combater a desigualdade da renda, na terra e nos cargos. “Vamos tirar toda a consequência desse dado do IBGE”.
Ainda de acordo com o IBGE, o Pará é o Estado que concentra a maior população de pessoas pardas do Brasil. A deputada estadual Lívia Duarte (Psol-PA) comentou que “há anos, o Brasil é majoritariamente negro. Agora, sabemos que pardos são o maior grupo demográfico”.
Assim como o Minc, ela destacou que os dados são essenciais para “pensarmos políticas públicas que diminuam as desigualdades sociais”.
Desde 2000, o percentual de pessoas no Brasil que se identificam como pretos e pardos vem aumentando de forma gradativa. Em 2010, tornaram-se juntos a maior parcela da população – 50,7%, ante os 47,7% que se declaravam brancos.
No censo atual, a tendência de ascensão se manteve, e os dois grupos continuaram como maioria. No recenseamento passado, pardos eram 43,1% da população, enquanto pretos, 7,6%.
Hoje, o percentual da população que se reconhece como preta subiu para 10,2% — o que representa cerca de 20,6 milhões de pessoas. A variação desse percentual foi de 42,3%, a segunda maior ao longo da última década, atrás apenas do aumento da população indígena, que cresceu 89% entre 2010 e 2022.
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