MPT pede condenação de ex-presidente da Caixa por assédio e indenização de R$ 30 mi

Pedro Guimarães (Flickr/Palácio da Justiça)
Com informações do UOL

MANAUS – O Ministério Público do Trabalho (MPT) pediu a condenação para o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães nessa quinta-feira, 29, após acusações de assédio moral e sexual feitas por funcionárias. A punição seria o pagamento de uma indenização de R$ 30,5 milhões devido aos danos causados as vítimas.

O MPT pede que o dinheiro da condenação seja revertido a um fundo destinado à proteção dos direitos dos trabalhadores.

As denúncias contra Guimarães se tornaram públicas em junho deste ano, ex-funcionárias da Caixa contarem suas histórias em uma reportagem do Metrópoles. Antes disso, todas elas já tinham procurado a Justiça.

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Leia também: ‘Foi um pesadelo’; servidores da Caixa no AM denunciam ex-presidente Pedro Guimarães por assédio moral e homofobia em visitas ao Estado

O MPT também pediu a condenação dos integrantes do Conselho de Administração da Caixa por “omissão de cada um em fiscalizar os atos” de Pedro Guimarães.

Durante as investigações, foi notado que, durante da gestão de Guimarães na Caixa, houve um elevando número de “afastamento por doenças mentais”. Antes de Guimarães, a média de afastamentos médicos mentais era de 277 por ano. Após assumir o cargo, o número subiu para 354.

Muitos funcionários alegaram que ele fazia brincadeiras constrangedoras no ambiente de trabalho, como pedir para uma fazer exercícios militares e filmar os subordinados em situação desconfortável.

“Praticamente todas as testemunhas relataram que o ex-presidente gritava e se utiliza frequentemente de palavrões, a caracterizar assédio moral por stress, medo, injúria”, alegaram os promotores.

Na parte final do relatório, MPT disse que Pedro Guimarães era uma pessoa violeta.

Denúncias por assédio sexual

Além dos relatos sobre assédio moral, também foram ouvidas vítimas de assédio sexual. A primeira delas foi registrada em julho de 2019, quando Guimarães estava apenas seis meses no cargo. O MPT notou que não houve ações da empresa contra esse tipo de prática.

“Usou de subterfúgios para não arquivar a denúncia, como o fez, e ainda tentou esconder o fato do Ministério Público do Trabalho”, escreveram os procuradores.

O que diz a defesa

Em nota, a defesa de Guimarães disse que o MPT agiu de fomra “açodada” e a ação toda possui um perfil eleitoreiro.

“O Ministério Público, de maneira açodada e às vésperas da eleição, ajuíza uma ação manifestamente improcedente e eleitoreira. Pedro Guimarães, que juntamente com a sua equipe ganhou todos os prêmios durante a sua gestão na Caixa Econômica Federal, nega categoricamente a prática de qualquer ato irregular”, escreveram os advogados José Luis Oliveira Lima e Luís Augusto Canedo.

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