Mulheres atletas criam plataforma de mídia e comércio eletrônico com objetivo no esporte feminino

O projeto as coloca na lista crescente de companhias de mídia fundadas por atletas (Reprodução/The New York Times)

Com informações da Folha de S. Paulo

MANAUS – Alex Morgan, em parceria com Sue Bird, Simone Manuel e Chloe Kim, criou a TOGETHXR, que elas descrevem como uma companhia de mídia e comércio eletrônico cujo objetivo é amplificar a voz das mulheres, principalmente no esporte mas não só nele. O projeto as coloca na lista crescente de companhias de mídia fundadas por atletas, em companhia da The Players’ Tribune (Derek Jeter), UNINTERRUPTED (LeBron James) e Thirty Five Ventures (Kevin Durant), e outras.

Os últimos anos foram muito movimentados para Morgan. Ela venceu (mais) uma Copa do Mundo de futebol, foi uma das queixosas em um processo no qual seu empregador era acusado de desigualdade na remuneração, e, no meio da pandemia, se tornou mãe, com o nascimento de sua filha Charlie. Em breve, Morgan acrescentará novas funções à lista: dona de empresa e magnata da mídia.

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“Isso será algo que realmente derruba barreiras”, disse Morgan no mês passado, no dia em que ela disputou sua segunda partida internacional dos últimos 20 meses, durante a SheBelieves Cup. “Algo que crie uma comunidade e uma plataforma, de mulheres do esporte para mulheres do esporte, de um jeito que jamais foi feito antes”, afirmou.

A jogadora de futebol Alex Morgan, que se tornou uma das líderes do projeto (Reprodução/Internet)

Morgan se aliou a um grupo diversificado de atletas que conquistaram ampla admiração pelo seu desempenho vitorioso em vários esportes. Bird tem quatro títulos da WNBA e quatro medalhas de ouro olímpicas. Manuel fez história na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, conquistando quatro medalhas e se tornando a primeira atleta negra a vencer uma competição individual na natação olímpica.

E na Olimpíada de Inverno de 2018, em Pyeongchang, Kim se tornou a atleta mais jovem a ganhar o ouro no snowboard halfpipe. Muita gente acredita que Kim deveria ter disputado a mesma medalha em 2014, mas ela tinha só 13 anos e ainda era jovem demais para competir.

As fundadoras acreditam, ou ao menos esperam, que tenham criado a TOGETHXR em um ponto de inflexão para o esporte feminino. Ligas de futebol feminino estão crescendo na Europa, as demandas de jogadoras da WNBA por justiça social deram à liga uma plataforma que ela jamais teve, e organizações com novos modelos, como as ligas Athletes Unlimited de vôlei e softball, estão sendo lançadas.

“Existe mais investimento consciente e mais audiência, o engajamento está em alta, a retórica cultural existe, e a importância do uso de suas plataformas pelas mulheres a fim de promover a mudança política e cultural é cada vez maior”, disse Jessica Robertson, a vice-presidente de conteúdo da TOGETHXR. “E nossa marca está acompanhando esse movimento, ou talvez o seguindo com um pequeno atraso”, explicou Jessica.

As fundadoras também compreendem o poder e influência que exercem, e estão ansiosas para dar voz a mais colegas. A empresa “é menos sobre mim, menos sobre Alex, menos sobre Chloe, menos sobre Simone”, disse Bird. “A cobertura que nós quatro recebemos da mídia sempre pode melhorar, porque estamos aqui obviamente para falar sobre a falta de cobertura de mídia sobre as mulheres do esporte. Mas o que importa não somos nós, e sim a próxima geração”, destacou Bird.

Um dos primeiros projetos da TOGETHXR é uma série de vídeos sobre Chantel “Chicanita” Navarro, 17, campeã nacional de boxe dos Estados Unidos. É o tipo de conteúdo que empolga Bird.

“Não sei muita coisa sobre boxe, não sei muita coisa sobre Chantel e, com isso, mesmo para alguém como eu, é empolgante que venha a existir uma maneira de contar essa história”, disse.

A TOGETHXR conta com apoio financeiro de um investimento “da casa de algumas dezenas de milhões de dólares” por parte da Magnet Companies, uma empresa de capital privado fundada por veteranos da mídia. Robertson disse que a companhia pretende criar conteúdo original para plataformas de mídia social e formar parcerias com elas, assinar contratos de licenciamento e vender mercadorias. A audiência-chave são meninas e jovens mulheres que se interessam por esportes, e por tópicos como ativismo, cultura, “wellness” e beleza.

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