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Na França, indígenas alertam sobre mudanças climáticas na Amazônia e as consequências do desmatamento
A Indígena Samela Sateré Mawé, em protesto nesse sábado, 15, com uma comitiva de indígenas brasileiros, na França. Eles alertam sobre a destruição da floresta, o aumento do garimpo e o genocídio indígena (Reprodução/Instagram/@sam_sateremawe)
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16 de outubro de 2022
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS – Uma delegação de ativistas e comunicadores indígenas brasileiros realiza uma série de manifestações, em Paris, na França, para alertar ao mundo sobre as mudanças climáticas na Amazônia e as consequências do desmatamento. Em meio às eleições no Brasil – o segundo turno entre o atual presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acontece no dia 30 de outubro deste ano – a comitiva protestou, nesse sábado, 15, contra a destruição da floresta, o aumento do garimpo e o genocídio indígena.
Com um cartaz em mãos escrito a frase, em francês, “atravessei o oceano para avisar da Amazônia“, a ativista indígena amazonense Samela Sateré-Mawé, do povo Sateré-Mawé, de Manaus, é uma das representantes brasileiras em solo europeu. Ela viajou para França ao lado de Tukumã Pataxó, Thaline Karajá, Val Munduruku, e os irmãos Cosmo e Damião de Araujo Braz Kaxinawá, do grupo Txana Huya.
“Estamos fazendo uma série de atividades na Europa, com o intuito de alertar as pessoas quanto as questões que estão acontecendo no nosso bioma Amazônia e o desmatamento no Brasil, e todas as violências com os povos indígenas”, destacou Samela Sateré-Mawé, eleita ativista do ano, em 2021, pelo Prêmio Geração Glamour, da revista Glamour.
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Integrante do movimento Greve pelo Clima no Brasil (Friday For Future Brasil), criado pela ativista sueca Greta Thunberg, Samela Sateré-Mawé é estudante de Biologia na Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e comunicadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA). Ela está na França desde a primeira semana de outubro, após passar pela Tunísia, na África, e Nova Iorque, nos Estados Unidos.
À REVISTA CENARIUM, a indígena amazonense frisou que um dos objetivos das atividades na Europa é buscar incentivo para projetos em comunidades indígenas. “A gente veio a convite da Associação Jiboiana e visamos, também, incentivar projetos que a gente está executando dentro das comunidades indígenas, como, no meu caso, dentro da Associação de Mulheres Indígenas Sateré-Mawé (AMISM)”, salientou Samela Satewé-Mawé.
Junto da comitiva formada por ativistas, artistas franceses e Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam em defesa da preservação do meio ambiente pelo mundo, a “Marcha pela Amazônia e os Povos Indígenas” partiu, no sábado, 15, do Place de La Nation (Praça da Nação, em português) até a Bastilha, no Centro de Paris.
Indígenas contra o desmatamento
Com a Amazônia vivendo um desmatamento sem precedentes desde que Bolsonaro tomou o poder, em 2019, e as eleições presidenciáveis se aproximando do fim, a Associação Jiboiana afirma que “nunca foi tão importante lembrar dos indígenas”. Por conta disso, a entidade tem promovido debates sobre a preservação da floresta e sua biodiversidade.
“Como o primeiro turno das eleições brasileiras viu o confronto lado a lado dos candidatos Lula e Bolsonaro, nunca foi tão importante lembrar dos indígenas, os guardiões da Amazônia. É o lar de quase 10% da biodiversidade mundial – e grandes partes destas florestas são frequentemente preservadas pela sua presença”, pontuou o cofundador da Associação Jiboiana, Leo Landon,
Em parceria com a mídia Natives, especializada em culturas indígenas, as conferências da Associação Jiboiana com os indígenas brasileiros buscam conscientizar as pessoas sobre as causas da Amazônia, destacando a demarcação de terras, o desmatamento, a poluição industrial, exploração mineral que desafiam o meio ambiente, em particular, as terras indígenas, cobiçadas por lobbies, empresas e governos.
“Duas semanas antes do segundo turno das eleições do Brasil, estamos realizando esse evento para mostrar apoio e conscientizar os povos indígenas e seus representantes. Guardiãs e guardiões do ecossistema, de acordo com dados da ONU, os povos indígenas são responsáveis por quase 80% da biodiversidade mundial (até 10% só na Amazônia). E onde esses povos acabam sumindo, a floresta também desaparece”, alertou Leo Landon, nas redes sociais.
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