Negacionismo hídrico sairá caro para o consumidor de energia já em agosto

Crise hídrica deve ocasionar prejuízos na energia (Reprodução)

Apagão à vista

Especialistas que acompanham de perto o desenrolar da crise hídrica no País avaliam que sairá caro para os consumidores de energia o negacionismo diante da possibilidade de um apagão elétrico. Consideram que o governo demorou muito a agir frente a essa possibilidade, cada vez mais real. Em off, técnicos já vislumbram blecaute localizados nos horários de pico de consumo nos meses de outubro e novembro. A situação crítica dos reservatórios antes mesmo do período mais agudo de seca no País fez soar o alarme. A habitual prática do governo de negar o problema só o agudiza.

Bandeira vermelha

A equipe técnica da Aneel sugeriu aos diretores um novo reajuste da bandeira vermelha patamar dois de 21% para este mês. A relatoria do caso pode acatar ou não a sugestão da equipe técnica, mas fontes informaram à Via Brasília que a diretoria está inclinada a aceitar a proposta. O processo só deve ser incluído para votação apenas na segunda quinzena de agosto. A sugestão não encontra resistência entre as empresas do setor, que avaliam como essencial o aumento do valor para diminuir o gap entre o gasto com energia durante a crise hídrica e o caixa das distribuidoras.

Reajuste de 21%

Pelo reajuste, seria cobrado um adicional de R$ 11,50 a cada 100 kwh consumido – com o reajuste em junho, o valor atual é de R$9,49. O preço na faixa entre R$ 11 e R$12 é o que tinha sido sugerido inicialmente pela equipe técnica para dar conta das previsões levando em consideração a crise hídrica, mas descartado pelo relator por uma discordância metodológica no preço.

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Redução voluntária

Ainda como desdobramento da crise hídrica, o governo abriu consulta pública de sete dias com a proposta de redução voluntária de consumo de grandes consumidores de energia. A ideia é que os interessados apresentem ofertas de redução em lotes com volumes mínimos de 30 MW médios, com duração horária de quatro a sete horas. Podem participar os consumidores do mercado livre que estão na CCEE – desde grandes indústrias até varejistas do setor.

Demanda reprimida

A ideia do governo é comercializar a energia economizada no mercado de curto prazo, que será usado para pagar os ofertantes. A medida é considerada uma das mais importantes para driblar a crise hídrica deste ano, já que o Executivo avalia que o problema maior é de potência e não de energia em si. Recentemente, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) avaliou que o Brasil pode precisar de 2 GW adicionais, em novembro, para cobrir o aumento da demanda por energia, puxado pela atividade econômica voltada à exportação.

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