No Pará, dono de embarcação que naufragou e matou 22 pessoas é preso nesta terça-feira

Karol Rocha – Da Revista Cenarium

MANAUS – O proprietário da embarcação Dona Lourdes 2, identificado como Marcos de Souza Oliveira, 34 anos, foi preso, por volta das 15h desta terça-feira, 13, no município de Ananindeua, no Pará. Ele é suspeito de ser o responsável pelo barco que naufragou na última quinta-feira, 8, próximo à Ilha de Cotijuba, e matou 22 pessoas.

As informações foram dadas pelo governador do Estado do Pará, Helder Barbalho, em suas redes sociais e a apresentação do suspeito à imprensa foi realizada ainda na tarde desta terça-feira.

De acordo com a Polícia Civil do Pará (PC-AM), o mandado de prisão de Marcos de Souza Oliveira foi expedido na sexta-feira, 9. O homem foi preso na casa de um genro na Região Metropolitana do Estado.

“No dia de hoje, nos chegou a informação de que ele seria apresentado, aqui, por um advogado. A Polícia Civil ficou na expectativa dele se apresentar para que fosse cumprido o mandado, mas isso não ocorreu. O advogado estava acompanhado apenas da mãe e da irmã de Marcos, que foram ouvidas”, explicou a autoridade policial.

O suspeito foi conduzido à unidade policial para os procedimentos necessários e será encaminhado à Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP) onde ficará à disposição da Justiça.

Veja o momento da prisão:

“Com a ausência dele, nós prosseguimos com as diligências e horas depois, conseguimos êxito em localizá-lo ainda na Região Metropolitana e fazer a prisão. Com o cumprimento deste mandado, ele vai ser ouvido, interrogado, minunciosamente, pela nossa equipe da Delegacia Fluvial, que conduz as investigações”, completou ainda o delegado.

Investigações

A Polícia Civil do Pará (PC-PA) afirma que prossegue apurando as responsabilidades pelo ocorrido. Até o momento, mais de 40 pessoas já foram ouvidas, incluindo a mãe e a irmã do comandante da embarcação, que compareceram, na manhã desta terça-feira, à Delegacia-Geral da Polícia Civil, em Belém, onde prestaram esclarecimentos.

“Estamos, desde o início do caso, trabalhando, diuturnamente, com várias diligências. Certamente, estes depoimentos vão ajudar a Polícia Civil a dar o esclarecimento definitivo ao fato. Vamos seguir com o nosso trabalho, adotando todas as medidas cabíveis para dar uma resposta à sociedade e concluir o inquérito policial, responsabilizando, criminalmente, os envolvidos neste fato”, concluiu Walter Resende.

Veja trecho da coletiva de imprensa:

Tragédia

Das 22 pessoas que morreram na tragédia, 13 vítimas são mulheres, seis são homens e três são crianças. Uma pessoa segue ainda desaparecida. Até esta terça-feira, foram contabilizados 66 sobreviventes, dentre os que receberam assistência psicossocial e foram ouvidos para compor o trabalho de investigação. As ações de busca e resgate das vítimas continuam pelo sexto dia consecutivo.

A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social afirmou, nesta terça-feira, que estão sendo empregados, nas ações de busca e resgate, nove embarcações do Grupamento Fluvial de Segurança Pública (Gflu) e do Grupamento Marítimo Fluvial (Gmaf), além de um helicóptero do Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp) até que todos os procurados por familiares sejam localizados.

Os familiares de pessoas desaparecidas podem procurar o Gflu, localizado na avenida Arthur Bernardes, N° 1000 (ao lado do CIIR), onde serão atendidos por uma equipe multidisciplinar para oferecimento de informações, serviços essenciais, assistência psicossocial ou qualquer outra necessidade urgente. No local, também estão pertences das vítimas encontrados pelas equipes de buscas. Contatos podem ser feitos pelo telefone da Defesa Civil do Estado do Pará, no número (91) 98899-6323.