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No RJ, Cais do Valongo terá memorial sobre escravidão e história do povo afro-brasileiro
Cais do Valongo, na zona portuária do Rio - Aléxia Sousa/Folhapress
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11 de março de 2023
Da Revista Cenarium*
RIO DE JANEIRO – O Cais do Valongo, na zona portuária do Rio de Janeiro, irá ganhar um memorial sobre a escravidão e a história dos afro-brasileiros. Os detalhes do projeto serão divulgados no dia 21 de março, e os custos envolvidos, junto com os editais, em 25 de maio. O cronograma da construção foi anunciado n a quinta-feira,9.
As ministras da Cultura, Margareth Menezes, e da Igualdade Racial, Anielle Franco, e a primeira-dama Janja Lula da Silva e o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, estiveram na região. A visita marcou a retomada do Comitê Gestor do local, responsável por estruturar as ações de ocupação e intervenção no sítio arqueológico.
“Esse movimento, esse museu, esse memorial, é para trazer esse respeito a memória, respeito a história do povo afro-brasileiro aqui, no Rio de Janeiro, nesse lugar tão emblemático e tão grandioso para todos nós”, disse Menezes.
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Anielle Franco adiantou que o nome do local será decidido por toda comunidade e a possibilidade de ser chamado de Museu da Escravidão está descartada. Em consultas, o nome tinha sido rechaçado por amplo consenso da sociedade civil.
Ainda segundo a ministra, o projeto inclui um plano para crescimento do turismo na região chamada de Pequena África. “Estamos saindo desses últimos quatro anos de descaso total com as políticas públicas. Estamos aqui para reafirmar o compromisso do presidente Lula com o povo preto, com a história. Isso aqui tem um significado muito grande”, disse.
Mercadante também acusou o governo de Jair Bolsonaro (PL) de descaso com as políticas públicas e disse que Lula tem o compromisso de retomá-las.
“A Unesco exige um comitê gestor para preservar esse sítio. E ele foi desconstruído, assim como tanta coisa foi na cultura, na memória, nos valores civilizatórias no governo anterior. O presidente Lula está reconstruindo o comitê”, disse o presidente do BNDES, que afirmou que o banco será responsável pela execução do projeto.
“Quatro milhões de pessoas passaram aqui escravizadas. Então, o país tem que olhar com outro significado a toda contribuição cultural, histórica, que esses africanos deixaram para história do Brasil”, concluiu.
A ideia é que o memorial seja instalado no galpão que fica ao lado do cais, onde achados arqueológicos do entorno estão armazenados. O prédio, que era do Comitê da Fome, foi construído por André Rebouças —o primeiro engenheiro negro do Brasil.
O Cais do Valongo recebeu o título de Patrimônio Mundial da Unesco em 2017. O local, que guarda parte da história da escravidão, foi encontrado em escavações feitas durante as obras de revitalização da região.
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