Noruega presta homenagem às vítimas do tiroteio em boate LGBTQIA+

Ataque a tiros, em Oslo, deixou dois mortos e vários feridos na madrugada de sábado, 25 (Reprodução/AP Photo/Sergei Grits)

OSLO (NO) – A Noruega prestou uma homenagem emocionada neste domingo, 26, às vítimas do tiroteio que aconteceu na madrugada de sábado, 25, em um bar LGBTQIA+, no centro de Oslo, que forçou o cancelamento de uma marcha do Orgulho LGBTQIA+.

A catedral de Oslo organizou uma missa em homenagem aos falecidos, no dia seguinte ao ataque. O altar foi decorado com as cores do arco-íris e com flores. “Balas não podem matar o amor”, declarou o chefe da igreja protestante norueguesa Olav Fykse Tveit.

O tiroteio ocorreu por volta de 1h de sábado, do lado de fora do “London Pub”, em um momento de grandes multidões devido às festividades do Orgulho Gay. Dois homens com idades entre 50 e 60 anos morreram e outras 21 pessoas ficaram feridas, dez delas com gravidade.

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As razões exatas que levaram o suspeito a atirar ainda não são conhecidas, mas as autoridades o descreveram como um islamita com estado de saúde mental frágil, classificando a ação como ato terrorista. “Ele é suspeito de homicídio, tentativa de homicídio e também ato terrorista”, disse o policial, Christian Hatlo, em entrevista coletiva no sábado.

A marcha do Orgulho LGBTQIA+

“Oslo está de luto e todo o País está chocado com o ataque que atingiu, particularmente, homossexuais que se reuniram para celebrar o Orgulho”, disse a igreja em comunicado ainda no sábado.

O primeiro-ministro, Jonas Gahr Støre, e a princesa herdeira, Mette-Marit, estiveram presentes na cerimônia, embora sem o marido, o príncipe Haakon, que está com Covid-19. A marcha do Orgulho LGBTQIA+, que deveria ocorrer na tarde de sábado, em Oslo, pela primeira vez, em três anos, devido à pandemia, foi cancelada por recomendação da polícia.

Mas o prefeito de Oslo, Raymond Johansen, prometeu que aconteceria em uma data posterior e assim, milhares de pessoas se reuniram para uma marcha espontânea. Segundo a polícia de Oslo, o suposto autor do tiroteio é um norueguês de 42 anos, de origem iraniana, identificado pela mídia local como Zaniar Matapour.

Os serviços de inteligência noruegueses indicaram que o homem estava no radar desde 2015 por sua radicalização e sua participação em uma rede extremista islâmica. Além disso, ele havia sido condenado por mais crimes menores e as autoridades apontam para um estado de saúde mental frágil.

A polícia ordenou que ele fosse colocado em observação para ajudar a esclarecer a questão de sua responsabilidade criminal. No entanto, os investigadores ainda não sabem se o ataque foi realizado por motivos ideológicos ou religiosos, ou se é um crime de ódio contra a comunidade homossexual, ou o ato de uma pessoa desequilibrada.

O drama chocou o País, geralmente pacífico, mas que viveu um dia negro em julho de 2011, quando um extremista de direita matou 77 pessoas em um ataque à bomba, em Oslo, e um tiroteio em uma reunião de jovens do Partido Trabalhista na ilha de Utoya.

A polícia implantou reforços na capital e os serviços de inteligência aumentaram o nível de ameaça, chamando a situação de “extraordinária”. Como demonstração de solidariedade, bandeiras de arco-íris e buquês de flores foram colocados perto do local do ataque, que foi isolado.

“É importante expressar nossas condolências e dizer que amor é amor, e que é o mesmo para todos, que todos devem ter o direito de viver sua vida como quiserem”, disse Kristin Wenstad, cozinheira que foi ao local da tragédia.

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