Obra musical de Dona Onete é reconhecida como Patrimônio Cultural do Pará

Artista Dona Onete (Divulgação/Alepa)
Da Revista Cenarium Amazônia*

BELÉM (PA) – Com aprovação unânime, os deputados da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) aprovaram, na manhã desta quarta-feira, 6, o Projeto de Lei nº 54/2023, do deputado Elias Santigo, que declara a Obra Musical da Artista Dona Onete como Patrimônio Cultural e Imaterial do Pará.

Marajoara, nascida no município de Cachoeira do Arari, em 18 de junho de 1939, Dona Onete, nome artístico de Ionete da Silveira Gama, cantora, compositora e poetisa, fala e estuda sobre os sons amazônicos. A música popular, divertida e sofisticada, produzida pela artista e sua banda atrai diversos públicos. Seu carisma traz a combinação de referências indígenas, negras e caribenhas.

A artista foi secretária de cultura e fundadora de grupos de danças folclóricas e música regional, como o “Canarana”, e agremiações carnavalescas. Professora de História durante 25 anos, seu sonho sempre foi viver de música. Após se aposentar, dona Onete seguiu carreira artística. Em 2012, Dona Onete gravou e lançou seu primeiro CD, a maioria de boleros e carimbó. A partir daí produtoras estrangeiras começaram a se interessar pela cantora, em países como Portugal, França e Inglaterra.

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Presença fixa da Terruá Pará, Dona Onete gravou e lançou seu primeiro álbum, a música-título “Feitiço Caboclo”, aos 73 anos. A artista lançou também “Jamburana”, “Moreno Morenado” e “Proposta Indecente”, produzidas pelo músico Marco André. “Feitiço Caboclo” ganhou a internet e fez Dona Onete ganhar o mundo.deputado Elias SantiagoFoto: Ozéas Santos (AID/Alepa)

“Dona Onete foi a pioneira por quebrar preconceitos na cena musical brasileira ao ser proclamada ‘rainha do carimbó’. Interferiu no machismo que faz parte da história desse gênero musical, ao abordar o tema da sedução em suas composições, rompeu o tabu sobre a vida sexual dos idosos”, aponta o deputado Elias Santiago, na justificativa do Projeto de Lei.

Com mais de 300 composições, entre carimbós e boleros, Dona Onete tem canções gravadas por artistas paraenses como Gaby Amarantos e Aíla e tem chamado atenção de produtoras na Europa. Em julho de 2017, Dona Onete foi capa da maior revista de world music no mundo, a Songlines, e fez sua quarta turnê na Europa passando por grandes festivais como Rudolstadt Festival na Alemanha, Zwarte Cross na Holanda, WorldWide Festival em Sete – França (do renomado DJ e produtor Gilles Peterson). Nos meses de junho/julho, foi a única artista brasileira a integrar o World Music Charts Europe Top 20 com a faixa “Banzeiro” e no mês de agosto, esta mesma música alcançou o primeiro lugar. Em 2018 fez mais duas turnês europeias incluindo Ásia e lançou seu primeiro DVD ao vivo, além de shows por todo Brasil, palestras e workshops.

(*) Com informações da assessoria
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