Onda de calor: Estados da Amazônia podem registrar temperaturas acima dos 40 °C

Temperaturas, que já ultrapassam os 40ºC, podem ficar 5ºC acima da média (Arte: Mateus Moura/Cenarium)
Yana Lima – Da Revista Cenarium Amazônia

MANAUS (AM)- O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de grande perigo para uma onda de calor que deve atingir áreas da região amazônica e Centro-Oeste do País. Os Estados afetados incluem partes do Pará, Rondônia, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, onde as temperaturas devem atingir cerca de 5 graus acima da média, durante mais de cinco dias consecutivos. Em alguns deles, os termômetros devem indicar mais de 40 graus.

Segundo o instituto, o aviso é válido até as 18h de segunda-feira, 23. Há grande perigo e risco para a saúde em quase todo o Mato Grosso, no Norte de Mato Grosso do Sul, no Sul do Amazonas e em trechos próximos às divisas de Mato Grosso com Tocantins e Goiás.

A previsão é que Cuiabá, a capital do Mato Grosso, deva registrar as maiores temperaturas. Na tarde de quinta-feira, 19, os termômetros da cidade atingiram a marca de 44,2°C, e o município entrou para a lista das dez maiores temperaturas já registradas oficialmente no Brasil. Essa é considerada a maior temperatura da história da capital.

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Onda de calor no Centro-Oeste e Norte do País (Foto: Reprodução/Inmet)

Segundo a Metsul Meteorologia, um bolsão de ar excepcionalmente quente entre o Norte da Argentina, o Paraguai e a Bolívia vai migrar para o Centro-Oeste do Brasil. Com isso, os termômetros podem atingir mais de 40 graus em cidades do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Rondônia, Tocantins, interior da Bahia, Oeste do Triângulo Mineiro, Maranhão, Piauí e pontos isolados do Pará e do Sudoeste do Estado do Amazonas.

Nesta sexta-feira, 20, os Estados de Mato Grosso (que integra a Amazônia), Goiás e Piauí registraram as maiores temperaturas do País. O lugar mais quente foi o município de Diamantino (MT), que registrou um pico de 42,6°C.

Ainda segundo o Inmet, a onda de calor é preocupante devido aos riscos que representa para a saúde das pessoas. As recomendações incluem beber muitos líquidos, usar roupas leves, proteger-se com chapéu e óculos de sol, usar protetor solar e evitar esforço físico nas horas mais quentes do dia. Animais de estimação também devem ser mantidos em locais frescos e bem hidratados

Chuvas

Além do alerta de grande perigo referente à onda de calor, o instituto aponta ainda para riscos devido à possibilidade de chuvas intensas em municípios do Sudoeste, Centro, Norte e Sul amazonense, Sul de Roraima e Oeste do Acre. O aviso, que tem grau de severidade de “Perigo Potencial”, entrou em vigor às 09h10 deste sábado, 21, e permanecerá em vigor até as 10h deste domingo, 22.

Para essas regiões, o Inmet emitiu um alerta sobre a risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e descargas elétricas (Reprodução/Internet)

O alerta do Inmet adverte sobre a possibilidade de chuvas com intensidade entre 20 e 30 mm/h, podendo atingir até 50 mm/dia. Além disso, prevê a ocorrência de ventos intensos com velocidades entre 40 e 60 km/h, o que pode resultar em vários riscos, como cortes no fornecimento de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e descargas elétricas.

Este alerta atinge 39 municípios no Amazonas, Roraima e Amapá. No Estado do Amazonas, devem ficar alertas: Amaturá, Atalaia do Norte, Barcelos, Benjamin Constant, Carauari, Codajás, Eirunepé, Envira, Fonte Boa, Guajará, Ipixuna, Itamarati, Japurá, Juruá, Jutaí, Maraã, Santo Antônio do Içá, São Gabriel da Cachoeira, São Paulo de Olivença, Tabatinga, Tonantins, Uarini e Coari.

Em Roraima, os municípios afetados são Caracaraí e Rorainópolis. Já no Estado do Acre, estão incluídos Cruzeiro do Sul, Feijó, Marechal Thaumaturgo, Mâncio Lima, Jordão, Porto Walter, Rodrigues Alves, Santa Rosa do Purus, Tarauacá.

Eirunepé está entre os municípios que podem registrar pancadas de chuvas neste fim de semana (Foto: Divulgação)

Para garantir a segurança durante este período de alerta, o Inmet recomenda à população que evite abrigar-se debaixo de árvores durante rajadas de vento, pois há risco leve de queda e descargas elétricas. Além disso, não se deve estacionar veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda. Outra orientação é evitar o uso de aparelhos eletrônicos ligados à tomada para reduzir o risco de danos causados por sobrecargas elétricas.

Enquanto nesses Estados estão previstos acumulados de chuva que podem ultrapassar 50 mm, principalmente no Noroeste do Amazonas e Acre, por outro lado, espera-se predomínio de tempo seco e sem chuvas no Amapá e Nordeste do Pará.

Chuvas abaixo da média

Apesar do aviso do Inmet sobre chuvas isoladas, a previsão climática para a Região Norte, para o período de outubro, novembro e dezembro de 2023, apresenta um cenário desafiador.

Os dados indicam um predomínio de chuvas abaixo da média climatológica em grande parte da região, um efeito que pode ser atribuído aos impactos do El Niño. No entanto, é importante notar que as chuvas devem ser mais localizadas, concentrando-se no Sudoeste do Amazonas, Acre e Rondônia, a partir do mês de novembro.

A previsão é baseada em um método objetivo que envolve a cooperação entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

Período de transição é marcado por pancadas de chuva (Ricardo Oliveira / Revista Cenarium)

O calor deve continuar e a temperatura deverá prevalecer acima da média climatológica em praticamente toda a região. Esta combinação de chuvas abaixo da média e temperaturas elevadas é preocupante, especialmente no Centro-Norte da Região Norte, devido à possibilidade de altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar, criando um ambiente propenso à ocorrência de incêndios florestais.

Entretanto, a partir de novembro, há uma previsão de aumento no armazenamento hídrico no solo, graças ao retorno gradual das chuvas. Isso deve ser particularmente evidente em áreas do Sul da Região Norte.

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Edição por Marcela Leiros

Revisão por Gustavo Gilona

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