Operação Nero: ‘Todos que praticaram crimes serão responsabilizados’, garante PF

Coletiva da Operação Nero, em Brasília (DF) (Reprodução Internet)
Alita Falcão – Revista Cenarium

MANAUS – Com foco nos atos criminosos e de vandalismo praticados por manifestantes bolsonaristas no dia 12 de dezembro, após a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Brasília (DF), a Polícia Federal (PF) e a Polícia Civil do Distrito Federal deflagram a “Operação Nero” para identificar e prender os envolvidos.

Em coletiva de imprensa, realizada nesta quinta-feira, 29, no auditório do Edifício-Sede da Polícia Federal, em Brasília, o diretor-geral da PF, Márcio Nunes de Oliveira, garantiu que os crimes praticados não ficarão impunes e que a operação terá novos desdobramentos.

Todos que praticaram crimes serão responsabilizados e os envolvidos irão responder pelos seus atos”, afirmou Márcio Nunes, que também explicou o desenrolar da operação. “Fomos bastantes cobrados pela população, mas uma operação leva um tempo para se fazer as investigação e cumprir os requisitos judiciais”, justificou.

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Coletiva da “Operação Nero”, em Brasília (DF) (Reprodução)

A operação teve início ainda na noite de quarta-feira, 28, e até o momento foram realizadas quatro prisões: duas em Rondônia, uma no Rio de Janeiro; e uma em Brasília. Quarenta pessoas já foram identificadas e são acusadas de liderar ou participar da tentativa de invasão ao Edifício-Sede da PF, no dia 12, e de outros atos extremistas praticados na capital federal.

Ao todo, são cumpridos 32 mandatos, sendo 11 de prisão e outros 21 de busca e apreensão nos Estados de Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.

Os ataques à sede da PF e a veículos estacionados nas ruas do entorno do prédio que foram incendiados aconteceram horas depois da diplomação de Lula, motivados pela prisão do indígena bolsonarista José Acácio Serere Xavante, apontado como integrante dos atos antidemocráticos ocorridos na capital federal.

Leia também: Manifestantes tentam libertar à força indígena bolsonarista preso na PF em Brasília

Ônibus é incendiado durante atos de violência promovidos por militantes bolsonaristas em Brasília (Pedro Ladeira/Folhapress)

O conjunto da investigação buscou identificar e individualizar as condutas dos suspeitos de depredar bens públicos e particulares, fornecer recursos para os atos criminosos ou, ainda, incitar a prática de vandalismo.

Os crimes objetos da apuração são de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão

Atentado

De acordo com delegado de Combate à Corrupção e Crimes Organizados, Leonardo de Castro Cardoso, uma segunda fase da operação deverá investigar a tentativa de atentado com bombas, que resultou na prisão do empresário bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa no último dia 24, véspera de Natal.

George Washington Oliveira Sousa em depoimento à Polícia Civil (Divulgação/ PC)

Em depoimento à Polícia Civil (PC), George disse que planejou com manifestantes do Quartel General (QG) no Exército a instalação de explosivos em pelo menos dois locais da capital federal.

Também participaram da coletiva o chefe da Polícia Civil do DF, Robson Cândido da Silva, e o delegado de Investigação e Combate ao Crime Organizado, Cleo Mazzotti.

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