Operação no Rio Madeira destrói embarcações usadas para garimpo ilegal e gera manifestações
Ao todo, 81 balsas foram incendiadas no Rio Madeira (Reprodução)
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium
MANAUS – Uma nova operação contra garimpo ilegal destruiu balsas utilizadas para extração no Rio Madeira, em Porto Velho, Rondônia. A ação conjunta entre a Polícia Federal e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) levou a queima de 81 dragas na tarde dessa quarta-feira, 12.
Com o nome “Lex Et Ordo“, “Lei e Ordem” em português”, a operação buscava desestruturar a rede de organizações criminosas que exploram e poluem os rios com atividades ilegais de mineração. De acordo com o órgão, dentre as práticas estão o desvio do curso do rio, destruição de vegetação e a extinção de cursos d’água.
Além disso, a mineração ilegal em áreas de preservação ambiental impacta diretamente os moradores do entorno. Isso porque para realizar a extração, minérios são despejados no rio e culminam na contaminação das águas e consequentemente na morte de peixes e outros animais essenciais para a continuidade da fauna.
PUBLICIDADE
O Ibama havia iniciado as investigações das embarcações que estavam atracadas ao longo do leito do Rio Madeira. Segundo o órgão, diversas irregularidades foram observadas durante as fiscalizações e por isso a Polícia Federal foi acionada para ajudar a inutilizar os equipamentos irregulares. Essa é a terceira operação realizada ao longo do Rio Madeira, em 2022.
Manifestação
Ainda no mesmo dia, garimpeiros e familiares realizaram uma manifestação contra a ação policial e fecharam um trecho da BR-319 em Porto Velho por mais de três horas. Pneus e outros materiais foram incendiados na estrada que dá acesso ao Porto Organizado e a ponte sobre o Rio Madeira.
Logo que se iniciou, grandes filas de carros, carretas e caminhões se formaram ao longo da estrada e equipes da força de segurança de Rondônia foram até o local realizar negociações para a liberação do trecho que liga Rondônia ao Amazonas.
O presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, Alex Redano (Republicanos), também se manifestou contrário à queima das balsas e repudiou a ação do Ibama e da Polícia Federal. “A ação é abusiva e ilegal, pois destrói as dragas, maquinários e equipamentos utilizados na atividade garimpeira, de forma unilateral, sem o devido processo legal, sem o direito de defesa, sem nenhum princípio legal respeitado, o que não podemos aceitar”, repudiou.
Assim como em outros Estados da Região Norte, deputados de Rondônia defendem a regularização da atividade garimpeira e a extinção de ações resultantes na queima dos materiais utilizados na extração. Em Rondônia, a Assembleia Legislativa aprovou a Lei 1511/21, que determina a proibição aos órgãos ambientais do Estado de Rondônia, quanto a destruição e inutilização de bens particulares apreendidos nas operações e fiscalizações ambientais, de autoria do deputado Redano.
A lei estadual não se aplica a ação de quarta-feira, 12, realizada por órgãos federais. “Não há regulamentação, não há garantias e há apenas a repressão. A atividade garimpeira é marginalizada e tratada de forma equivocada, infelizmente. Um setor que tanto contribuiu e contribui para a nossa economia, mas que sempre enfrentou perseguições”, ratifica Redano.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.