Oportunidade de formação superior da Capes fortalece direitos dos povos indígenas

A profissionalização oferecida fortalece o debate acerca dos povos originários (Reprodução)
Da Revista Cenarium*

MANAUS – Comunidades indígenas têm sido beneficiadas por programas de pós-graduação e formação de professores da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A profissionalização oferecida fortalece o debate acerca dos povos originários, a proposição de políticas de garantia de direitos desses grupos e a preservação da própria história do Brasil.

Um exemplo, é o trabalho de doutorado de Iury Tikuna, bolsista da Capes. Aluno de Antropologia Social na Universidade de Brasília (UnB), seu trabalho é uma continuação do mestrado, também feito com benefício da Fundação. Nele o doutorando estuda o processo de colonização do povo Tikuna e sua descaracterização ao longo dos séculos. O apoio das bolsas foi e é “importante para que pudesse sair da comunidade indígena Vila Betânia, no Amazonas, e permanecer na cidade, bem como fazer o trabalho de campo e voltar à comunidade várias vezes”, explica.

Com essa ajuda, Iury tem tido êxito no processo de construção de percepção das lideranças para a preservação da memória, da cultura, da língua e também no combate a “ideias que tentam diminuir a identidade do povo”.

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Iury Tikuna na comunidade indígena Vila Betânia – Me’cürane (Arquivo pessoal)

Nos programas de formação de professores, esse sentimento também é compartilhado. No município de Floresta, em Pernambuco, Élica Natair da Silva, professora de escola que é referência na valorização e preservação da memória do Povo Pankará, celebra ter finalizado sua licenciatura em História, na Universidade de Pernambuco – Mata Norte, como participante do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB).

Ela revela que o “acesso à UAB proporciona às pessoas oportunidades que antes eram distantes e fora da realidade de muitos, seja por condição financeira ou por falta de uma instituição de ensino inclusiva que pense no outro”. Comemorando os novos conhecimentos, Élica despertou para o que antes pensava ser impossível: transformar o mundo através da educação.

Assim como ela, Maria José Lopes Magalhães, da etnia Kanamary, em Atalaia do Norte, no Amazonas, cursou Pedagogia Intercultural Indígena pelo Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor).  Em sua vida, as mudanças foram claras ao trazer novos conhecimentos ao povo e descobrir uma nova maneira de ensinar: antigamente, não havia escola e as aulas eram na casa do cacique, seu pai, ou debaixo de árvores e sem muita organização. “Depois do Parfor comecei a estudar mais, buscar coisas novas, propor aulas e disciplinas de maneira diferente”, ressalta.

Maria José Lopes Magalhães se formou no Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Arquivo pessoal)

*Com informações da Capes

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