Organização católica conservadora perde independência com reforma do papa Francisco

O polonês Karol Wojtyla, nome de batismo de João Paulo 2°, liderou a Igreja Católica de 1978 a 2005 (Remo Casilli/Reuters)
Com informações do Estadão

VATICANO – O papa Francisco decidiu reformar a influente organização católica Opus Dei, conhecida na Europa e na América Latina por posições conservadoras. Sob o título de Ad charisma tuendum, o documento papal tira poder e independência da organização, dentro da igreja, segundo especialistas em assuntos religiosos ouvidos pela agência AFP

“Alguns interpretaram as disposições da Santa Sé em termos de ‘rebaixamento de categoria’ ou ‘perda de poder’. Não nos interessa esse tipo de dialéticas, pois para um católico não tem sentido o uso de categorias de poder ou mundanas”, rebateu Manuel Sánchez, da assessoria de imprensa da Opus Dei, em declaração à AFP.  O pontífice argentino, que desde que assumiu, em 2013, tem se comprometido a reformar a Cúria Romana, a gestão central do Vaticano, que se desgastou após uma série de escândalos.

A Opus Dei havia sido elevada, em 1982, pelo papa João Paulo 2°, hoje santo, à categoria de prelazia pessoal, única do tipo com esse privilégio. Esse privilégio garantia à organização  – presente em mais de 60 países, incluindo o Brasil – a equiparação a uma diocese. A organização tem cerca de 90 mil membros laicos, incluindo empresários e outras personalidades influentes e dois mil sacerdotes. Foi fundada em 1928 pelo sacerdote Josemaría Escrivá, de Balaguer, que morreu aos 73 anos, em 1975, e foi canonizado em 2002 por João Paulo 2°. 

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Francisco determinou que a Opus se reportará ao Dicastério para o Clero, a cada ano, sobre seu trabalho interno e o desenvolvimento de seu trabalho apostólico. De acordo com algumas interpretações do novo texto, que passou a ser válido nesta quinta-feira, 4, o líder da Opus Dei deixa de ser equivalente a um bispo e não pode usar as roupas episcopais.

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