Pará é um dos líderes em ranking nacional de crimes cibernéticos

Em primeiro plano, um hacker; ao fundo, o Estado do Pará (Composição de Paulo Dutra/Revista Cenarium)
Yuri Siqueira – Da Revista Cenarium

BELÉM (PA) – O Estado do Pará enfrentou um aumento significativo nas ocorrências de crimes cibernéticos em 2023. Segundo dados fornecidos pela Polícia Civil do Pará (PC-PA), o estado registrou uma média de 7,1 ocorrências de crimes cibernéticos por dia, totalizando 2.600 casos ao longo do ano.

Esse número reflete tendência que está se tornando cada vez mais evidente no cenário da segurança digital em todo o País. Os crimes cibernéticos abrangem uma variedade de atividades ilícitas, desde fraudes financeiras até invasões de privacidade e crimes contra a honra.  

O residente de Belém, capital do Pará, Marcos Moura, é servidor público e já foi duas vezes vítima de crimes cibernéticos, com clonagem de cartão de crédito e fraude em aplicativos de mensagens instantâneas, ao tentar em comprar online.  

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“Fui fazer uma compra online com meu cartão de crédito em um site, coloquei meus dados, fiz a compra. Dois dias depois recebi uma mensagem de texto confirmando uma outra compra de um eletrodoméstico de R$400,00 reais. Nessa hora eu estava em casa, não estava comprando nada. Foi aí que entendi que meu cartão tinha sido clonado”, comentou. 

Marcos relatou que precisou bloquear seu cartão de crédito, e registrar boletim de ocorrência para assegurar que estava sendo vítima de um crime cibernético. A segunda ocasião em que o servidor público foi novamente vítima de crime pela internet foi ao tentar comprar um aparelho celular, em um site de compra e venda. 

“Vi o anúncio do celular em um site de compra e entrei em contato o número que estava lá. Me tiraram todas as dúvidas do celular, me passaram muita confiança e aí eu confirmei que ia comprar, e foi então quando a pessoa que estava falando comigo marcou de me encontrar em um shopping, mas antes pediu metade do valor do celular para garantir a venda. Mandei o pix. Cheguei no shopping e não encontrei ninguém, olhei no WhatsApp e tinha sido bloqueado pelo suposto vendedor, foi quando entendi que esse adiantamento era uma enganação”, detalhou Marcos.  

Por duas vezes Marcos Moura foi vítima de crime cibernético realizando compra on-line

De acordo com levantamento realizado pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), que considera os dados gerais do mercado, o faturamento das vendas online no País alcançou a marca de R$ 80,4 bilhões em 2023. O valor representa aumento de 2% na comparação com 2022.   

Essa prática da compra online, se tornou facilitadora, e cresceu principalmente no período da pandemia da Covid-19. E de forma proporcional também aumentou os casos de ocorrências de crimes cibernéticos, que têm levantado preocupações para as autoridades em lidar com os desafios complexos e em constante evolução do mundo digital.

Segundo a titular da Diretoria Estadual de Combate a Crimes Cibernéticos, Delegada Vanessa Lee, os criminosos utilizam das mais diversas formas para fazer vítimas de crimes pela internet. A delegada explica que os crimes cibernéticos mais comuns são: fraude de cartão de crédito; invasão de contas bancárias; falso parente, quando o criminoso se passa por um membro da família da vítima, geralmente através de e-mails, mensagens de texto ou telefonemas, para enganar a vítima e obter dinheiro ou informações pessoais e falso intermediário e também venda ilegal de dados pessoais. 

“Esses diversos crimes são praticados utilizando técnicas como phishing, engenharia social, técnicas de invasão, entre outros métodos. Os criminosos cibernéticos frequentemente exploram vulnerabilidades em sistemas de segurança, falhas de software e principalmente a falta de conscientização dos usuários que deixam informações pessoais e de suas rotinas expostas que facilitam o cometimento desses atos ilícitos”, afirmou a delegada.  

Delegada Vanessa Lee (Reprodução/arquivo pessoal)

Ainda de acordo com a delegada Vanessa Lee, prevenir crimes cibernéticos é essencial no mundo digital atual. Ela diz que com a crescente dependência da tecnologia na vida diária, proteger dados e informações pessoais tornou-se uma prioridade.  

“Se algo parece estranho ou muito bom para ser verdade na internet, é melhor não arriscar. Botões superatrativos, promoções imperdíveis, venda de produtos muito abaixo de preço de mercado são iscas muito utilizadas pelos criminosos para cometer crimes usando a internet”, explicou.

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