Para evitar impeachment, presidente do Equador dissolve Parlamento e convoca novas eleições

Alvo de processo de impeachment motivado por acusações de corrupção, o presidente do Equador, Guillermo Lasso, presta depoimento à Assembleia Nacional, em Quito (Karen Toro - 16.mai.23/Reuters)
Da Revista Cenarium*

MANAUS – O presidente do Equador, Guillermo Lasso, dissolveu a Assembleia Nacional liderada pela oposição do país nesta quarta-feira, 17, e convocou novas eleições presidenciais e legislativas. A medida drástica se dá em meio ao andamento de seu processo de impeachment, motivado por acusações de desvio de dinheiro.

A medida está prevista na Constituição do país, mas nunca tinha sido utilizada antes. Ela permite que o presidente governe por decreto até que novas eleições sejam realizadas, em até seis meses —que segundo analistas podem se estender a oito na prática, pelos ritos eleitorais.

A ferramenta pode ser acionada em três casos: se o Legislativo assumir funções que não lhe correspondam, se obstruir o governo “de forma reiterada e injustificada” ou devido a uma grave crise política e comoção interna. Lasso cita esse último motivo no decreto publicado nesta manhã.

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“Notifique-se o Conselho Nacional Eleitoral para que convoque eleições dentro do prazo de 7 dias”, diz o documento, que também solicita a notificação dos parlamentares, ressaltando que não há direito a reparação ou indenização pela perda dos cargos.

O presidente que for eleito assume pelos cerca de 18 meses restantes do mandato de Lasso, até as eleições de 2025.

A Assembleia Legislativa do Equador havia iniciado nesta terça (16) o processo de impeachment, o segundo em menos de um ano contra Lasso, um ex-banqueiro de direita de 67 anos. Desta vez ele é acusado pela oposição de peculato (desvio de dinheiro público), por supostamente ter mantido contratos de transportes de petróleo que geraram prejuízos milionários ao país.

O mandatário estava sendo julgado por um plenário dominado pela oposição, que conseguiu aprovar a abertura do procedimento há uma semana. O governo negava as acusações e alegava que a votação não era válida, porque o presidente já havia sido considerado isento pela chamada Comissão de Fiscalização por falta de provas.

(*) Com informações da Folhapress

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