Pará: garimpo ilegal polui Rio Novo e ameaça linha de transmissão de Belo Monte

O prejuízo foi de quase R$ 2,6 milhões aos criminosos. (Ascom PF-PA)
Iury Lima – Da Revista Cenarium

VILHENA (RO) – A Polícia Federal (PF) divulgou nesta terça-feira, 25, que desmontou um garimpo ilegal que poluía o Rio Novo, em Curionópolis, no interior do Pará. A ação teve apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e preveniu, segundo a polícia, prejuízos à linha de transmissão da Usina Hidrelétrica (UHE) de Belo Monte, ameaçada pela exploração de minério. 

O prejuízo foi de quase R$ 2,6 milhões aos criminosos porque a remoção dos equipamentos apreendidos não foi possível, segundo a PF. Na região, que foi alvo de outras operações recentes, a polícia encontrou duas escavadeiras, dois motores e 2 mil litros de combustível.

Polícia apreendeu escavadeiras, motores e 2 mil litros de combustível (Divulgação/Polícia Federal)

“Conforme atestado por órgãos ambientais, a bacia hidrográfica local já apresenta alto grau de contaminação por conta do uso irregular de mercúrio”, disse a Polícia Federal.

PUBLICIDADE

Mais afetado pelo garimpo no Estado, ainda de acordo com a PF, o Rio Novo acaba poluindo outros afluentes, que abastecem a cidade de Parauapebas e região, a mais de 700 quilômetros da capital Belém. O rio margeia a Floresta Nacional (Flona) de Carajás.

Área da Floresta Nacional de Carajás, na região do Rio Novo, no Pará. (Reprodução/Prefeitura de Parauapebas)
Belo Monte

Esta não é a primeira vez que o garimpo ilegal ameaça o abastecimento de energia elétrica feito pela UHE de Belo Monte. Em novembro de 2022, a PF deflagrou a operação Curto-Circuito, também devido a riscos a um dos linhões de transmissão. Já em fevereiro deste ano, a polícia voltou à região para reprimir crimes ambientais na linha Xingu-Rio, quando houve o bloqueio de R$ 361 milhões em bens dos suspeitos. 

Além do Pará, as linhas da usina passam por outros três Estados: Tocantins, Goiás e Minas Gerais. O abastecimento chega ao Sistema Integrado Nacional (SIN), que distribui eletricidade para todo o País.

Investigações

A PF não informou sobre prisões, mas disse que as investigações ainda estão em andamento. Caso condenados pelas práticas de crimes ambientais, usurpação de bens da União e associação criminosa, os suspeitos podem passar mais de dez anos na prisão.

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.