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Participação feminina na política e disparidades entre homens e mulheres são temas do ‘Papo Político’; confira
O programa é um ato de resistência feminina e de incentivo ao interesse pelo tema, podendo gerar transformações sociais não só para as mulheres, mas para toda a sociedade. (Cenarium/ Reprodução)
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09 de outubro de 2021
Iury Lima – Da Cenarium
VILHENA (RO) – O mais novo programa daCENARIUM, ‘Papo Político’, chega ao segundo episódio neste sábado, 9, levantando discussão sobre a participação feminina no cenário eleitoral brasileiro, com apresentação de dados técnicos, pesquisas e estatísticas. Comandado pela jornalista Liliane Araújo, que media um novo debate a cada semana, o programa tem o objetivo de traçar análises sobre a política brasileira e promover, de maneira leve, o entendimento a respeito de como as decisões dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário geram implicações para a vida cotidiana dos cidadãos.
Em formato inédito na Amazônia, com aprofundamento socioeconômico da região, o ‘Papo Político’ conta também com a participação da diretora da agência, jornalista Paula Litaiff, que traz os temas mais quentes e abrangentes para a população dos nove Estados inseridos no território da maior floresta tropical do mundo, que totalizam quase 30 milhões de habitantes. A Defensora Pública do Amazonas, Carol Braz, também integra a bancada e aponta as implicações jurídicas dos principais lances do cenário político.
Maioria no eleitorado, minoria nas cadeiras
Liliane Araújo destacou que as mulheres compõem a maior parte do eleitorado do País, mas que elas ainda estão longe de conseguir subir a um cargo político quando se compara a proporção de cadeiras ocupadas por homens que representam a sociedade nas esferas municipal, estadual e federal.
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“Segundo dados do Cadastro Nacional Eleitoral, em 2018, nós [as mulheres] éramos praticamente 77 milhões de eleitoras aptas no Brasil todo, do total de 147 milhões de eleitores. Nessa época, nós éramos apenas 9.204 mulheres que estavam disputando um cargo e, desse total, apenas 290 conseguiram ser eleitas”, disse a apresentadora em um trecho do programa.
Para a defensora Pública Carol Braz, “o Brasil está atrasado”, uma vez que no ranking mundial, a Nação ocupa a 143ª posição em relação à média da participação feminina na política, além de ficar abaixo, também, da média na América Latina, que é de 26%. “Lá no Congresso, 16% das cadeiras são de mulheres, mas, quando a gente vem aqui para as Câmaras de Vereadores, cai para 15 % (…) os direitos das mulheres são muito recentes. Há menos de 100 anos que as mulheres começaram a votar, e a gente começou a votar 100 anos depois que os homens já votavam”, lamentou Braz.
A idealizadora do programa, Paula Litaiff, avaliou que a representação ainda tímida nos cargos elevados faz parte de uma construção psicológica e cultural. “Desde cedo, nós fomos criadas para compreender que mulher não pode exercer um cargo público, um cargo de poder, porque a gente não se sentia nunca representada. Nós nunca tivemos em Manaus, por exemplo, uma prefeita, uma governadora do Amazonas. E, na Amazônia, também, o retrato é semelhante”, detalhou Litaiff.
Estreia
O primeiro episódio do ‘Papo Político’ foi ao ar no último sábado, 2. A estreia tratou das eleições presidenciais de 2022, ouvindo a opinião dos eleitores sobre polarização, com repórteres em campo no Amazonas, Pará, Rondônia, São Paulo e Brasília e apresentou, ainda, dicas literárias relacionadas ao assunto.
Paula Litaiff destacou que o formato surpreendeu a muitos e repercutiu, justamente, por ser comandado por três mulheres falando de política. “Eu vi alguns homens falando assim: ‘mas eu achei que vocês teriam um bate-papo mais descontraído. Eu não esperava números, estatísticas. Vocês estão querendo nos ensinar a escolher o próximo presidente, vocês querem nos influenciar?’”, contou.
Para ela, o próprio programa é um ato de resistência feminina e de incentivo ao interesse pelo tema, podendo gerar transformações sociais não só para as mulheres, mas para toda a sociedade. “Estamos querendo, sim, influenciar na sua escolha. Mas não escolher determinado presidente, gestor X ou Y, não é isso. É influenciar na sua escolha, sabendo que para escolher, você tem que pesquisar”, finalizou.
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