Peixes-bois são transferidos de zoológico em Santarém, no Pará, para piscinas naturais no rio Amazonas

Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

Manaus – Em Santarém, no oeste do Pará, seis peixes-bois da Amazônia foram transferidos do Zoológico da Universidade da Amazônia (ZooUnama) para piscinas naturais no rio Amazonas. Os mamíferos resgatados ainda filhotes foram reabilitados em um centro especializado da ZooUnama para voltarem à natureza. A transferência dos seis filhotes ocorreu nesta segunda-feira, 31.

Antes de voltarem, os animais passarão por adaptações em uma base que é composta por piscinas naturais, com uma estrutura totalmente adaptável para dar aos animais as melhores condições de adaptabilidade. A idade média dos peixes-bois é de seis anos.  

O médico veterinário responsável pelo tratamento, Jairo Moura, disse que aos poucos será feita a substituição da dieta sem lactose pela com lactose, após constatação de que o animal tolera este dissacarídeo. “Posteriormente, faremos a inclusão de macrófitas aquáticas, até a retirada total da dieta láctea, possibilitando a ida do espécime para a base flutuante”, frisou.

Jairo Moura explicou ainda que este é um grande momento, pois os animais, quando filhotes, receberam diariamente uma dieta sem lactose, acrescida de suplemento vitamínico, óleo de canola, além de atendimento especializado, dependendo da ocasião.

“Os peixes-bois chegaram ao zoológico muito pequenos, alguns até com vestígios de cordão umbilical, e agora terão a oportunidade de retornar ao ambiente natural, com água corrente, o que é muito bom”, disse o médico veterinário.

A reabilitação dos animais resgatados faz parte do ‘Projeto Peixe-Boi do ZooUnama’ que, desde 2008, já salvou mais de 100 mamíferos feridos na região amazônica. Todos os animais recebem um tratamento especial e ficam em piscinas artificiais adequadas ao tratamento de reabilitação, além de receberem acompanhamento de profissionais qualificados como biólogos, veterinários e tratadores de animais.

Projeto com bons resultados

Segundo a administradora do ZooUnama, Mary Jane, o projeto tem dado bons resultados e, nos últimos anos, já salvou vários filhotes encontrados à deriva nas águas do rio Amazonas e do seu afluente, o rio Tapajós. “Acreditamos que estes mamíferos se adaptarão com a água corrente do rio e, em breve, serão soltos e monitorados por radiotelemetria, que é a última fase”, disse Mary.

A operação foi possível com apoio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente  de Santarém (Semma), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 4º Batalhão do Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária.