Pesquisa busca analisar efeitos da Zika e da Covid-19 na sexualidade e fecundidade
19 de fevereiro de 2021
A pesquisa teve início em 2016, quando o objetivo era analisar como a ocorrência de casos de Zika afetava as intenções das mulheres relacionadas à gravidez.(Reprodução/Internet)
Com Informações do Portal PebMed
MANAUS – Um estudo desenvolvido pela Universidade do Texas, em Austin, nos Estados Unidos, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), está analisando o impacto da epidemia de Zika e da pandemia de Covid-19 na saúde reprodutiva da população. Para dar prosseguimento à pesquisa, voluntárias estão sendo recrutadas em todo o país para responderem ao questionário on-line.
A pesquisa Decode — decodificando a Zika e a Covid-19 — teve início em 2016, quando o objetivo era analisar como a ocorrência de casos de Zika afetava as intenções das mulheres relacionadas à gravidez. Desde o ano passado, porém, os pesquisadores começaram a incluir também o cenário da pandemia do novo coronavírus.
Coordenado pelas professoras Letícia Marteleto, do Departamento de Sociologia da Universidade do Texas; e Raquel Zanatta Coutinho, do Departamento de Demografia e pesquisadora do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Faculdade de Ciências Econômicas (Cedeplar) da Faculdade de Ciências Econômicas (Face/UFMG), o estudo visa conhecer as experiências e os comportamentos sexuais e reprodutivos das mulheres em um cenário de incertezas e medos.
O projeto começou no início da epidemia do Zika vírus no país por meio de uma pesquisa longitudinal realizada em Pernambuco, na época um dos estados mais afetados pela crise, e foi expandido com o início da pandemia de Covid-19. A expectativa é que os resultados possam sugerir estratégias para a redução da vulnerabilidade das mulheres brasileiras às crises sanitárias.
Dados preliminares
Dados preliminares levantados pelos pesquisadores evidenciam medo e insegurança de engravidar no contexto da pandemia. De todas as entrevistadas, 1.880 (79,9%) concordam que as mulheres devem fazer todo o possível para evitar uma gravidez durante a atual pandemia de Covid-19.
Trata-se de uma porcentagem maior do que as que concordam que as mulheres deveriam ter feito todo o possível para evitar uma gravidez na epidemia de Zika (76,1%). Das 1.342 mulheres que afirmaram que ainda querem ter filhos, 28,17% mudaram de ideia sobre engravidar em 2020 devido à pandemia.
Das 863 que disseram não ter mais intenção de ter filhos, 19,12% afirmaram que tomaram essa decisão justamente por causa do novo coronavírus. Além disso, 76,88% delas contaram ter medo de engravidar e ter algum problema com o bebê ou com a gravidez devido à Covid-19.
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